terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Meta 9 de Aichi para a Biodiversidade: Controlo e prevenção de espécies exóticas invasoras

A nona meta de Aichi para a Biodiversidade define que:

Até 2020, sejam identificadas e priorizadas as espécies exóticas invasores e as suas vias de introdução, sejam controladas ou erradicadas as espécies prioritárias e sejam postas em práticas as medidas para gerir as vias de introdução de modo a prevenir a sua introdução e estabelecimento.

As espécies exóticas invasoras são uma das principais causas para a perda de biodiversidade a nível global. Em alguns ecossistemas como são os ecossistemas insulares, as espécies invasoras exóticas são a principal causa para o declínio da biodiversidade. Estas espécies afecta a biodiversidade pela predação de espécies nativas ou pela competição com elas pelos recursos. Adicionalmente, as espécies exóticas invasoras podem ser uma ameaça à segurança alimentar, saúde humana e desenvolvimento económico. O aumento das viagens áreas, comércio e turismo tem facilitado o movimento de espécies para além das barreiras naturais bio-geográficas pela criação de novas vias introdução. Com o crescimento da globalização, a ocorrência de espécies exóticas invasoras é provável que aumente a menos que medidas adicionais sejam tomadas.

As vias de introdução, também referidas como vectores, são os meios pelos quais as espécies invasoras exóticas são introduzidas em novos ambientes. As vias de introdução mais comuns incluem as descargas das águas de lastro no mar, cascos dos barco, contentores de navios, a introdução acidental e intencional de actividades agrícolas e aquacultura e a fuga de espécies introduzidas para um novo ambiente.

A primeira acção que os países podem tomar são a identificação e priorização de espécies exóticas invasoras e as suas vias de introdução. Dada a multiplicidade das vias de introdução e das espécies invasoras na maioria dos países será necessário dar prioridade os esforços da gestão, controlo e erradicação dessas espécies e quais as vias de introdução que têm mais impacto na biodiversidade e/ou onde se usem os recursos de forma mais efectiva. A prevenção da introdução é mais rentável do que a erradicação uma vez que está estabelecida. A condução de uma análise de risco à introdução de espécies exóticas bem como o reforço do controlo das fronteiras e quarentena bem como mecanismos de aviso, medidas de resposta rápidas e plano de gestão são os tipos de acções que podem ser implementadas para prevenir o estabelecimento de espécies invasoras.

Possíveis indicadores:
  • Tendências no número de espécies invasoras exóticas.
  • Tendências na gestão das vias de introdução de espécies invasoras exóticas.
  • Tendências no impacto de espécies invasoras exóticas nas tendências do risco de extinção.
  • Tendências na incidência das doenças na vida selvagem causadas por espécies invasoras exóticas.
  • Tendências nos impactos económicos de espécies invasoras exóticas seleccionadas.
  • Tendências nas políticas, legislação e planos de gestão para controlar e prevenir a difusão de espécies invasoras exóticas.

Fonte:

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Meta 8 de Aichi para a Biodiversidade: Redução da poluição

A oitava meta de Aichi para a Biodiversidade define que:

Até 2020, a poluição, incluindo o excesso de nutrientes, se tenha reduzido a níveis que não seja prejudicial para a função dos ecossistemas e biodiversidade.


A poluição e em particular, a descarga de nutrientes, principalmente de nitrogénio e fósforo, é uma das principais causa para a crescente perda de biodiversidade e a disfunção dos ecossistemas, especialmente, em zonas húmidas, costeiras e secas. Como o nitrogénio e fósforo são frequentemente nutrientes limitantes em muitos ecossistemas, quando estes estão presentes em quantidades excessivas, podem resultar num rápido crescimento de plantas e algas que podem alterar a composição e função do ecossistema. Nos ambientes aquáticos, estes podem resultar na eutrofização e a criação de "zonas mortas" com grandes perdas de serviços dos ecossistemas relevantes. As causas de nutrientes excessivos são as águas residuais e agrícolas.

Um número de acções podem ser implementados para atingir esta meta. Como ponto de partida, os países podem começar por identificar os tipos de poluição que desejam abordar. O desenvolvimento de linhas de orientação para a qualidade da água a nível nacional podem limitar a poluição e o excesso de nutrientes que entram em ecossistemas de água doce e marinhos. Relativamente ao excesso de nutrientes, o uso mais eficientes de fertilizantes poderia ajudar a reduzir a poluição enquanto ao mesmo tempo se melhora a eficiência dos processos agrícolas. 

Indicadores possíveis:
  • Impacto da poluição na tendência do risco de extinção.
  • Tendências na emissão para o ambiente de poluentes relevantes para a biodiversidade.
  • Tendências nos níveis de contaminates para a vida selvagem.
  • Tendências na incidência de zonas com pouco oxigénio e eflorescências de algas tóxicas.
  • Tendências na pegada de nitrogénio das actividades de consumo.
  • Tendências nos níveis de ozono nos ecossistemas naturais.
  • Tendências na taxa de deposição de poluição.
  • Tendências na proporção de águas residuais descarregadas depois de tratamento.
  • Tendências nas taxas de transferências de sedimentos.
  • Tendências na qualidade de água em sistemas aquáticos.
Fonte:

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Meta 7 de Aichi para a Biodiversidade: Agricultura, aquacultura e silvicultura sustentáveis

A sétima meta de Aichi para a Biodiversidade define que:

Até 2020 as áreas com actividades de agricultura, aquacultura e silvicultura sejam geridas de forma sustentável, assegurando a conservação da biodiversidade.


A crescente procura por alimento, fibra e combustível irá conduzir a perdas cada vez maiores de biodiversidade e serviços dos ecossistemas se os problemas relacionados com gestão sustentável não forem tratados. Por outro lado, a gestão sustentável não só contribui para a conservação da biodiversidade mas também pode beneficiar sistemas de produção em termos de serviços com a fertilização do solo, controlo da erosão, melhoria da polinização e redução de surtos de pragas, bem como contribuir para o bem-estar e para a vida sustentável das comunidades locais envolvidas na gestão dos recursos naturais locais.

Indicadores possíveis:
  • Tendências na área de ecossistemas de silvicultura, agricultura e aquacultura sob gestão sustentável.
  • Tendências nas populações de espécies dependentes da silvicultura e agricultura em sistemas produtivos.
  • Tendências na produção por input.
  • Tendências na proporção de produtos provenientes de fontes sustentáveis.
Fonte:

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Meta 6 de Aichi para a Biodiversidade: Gestão sustentável dos recursos marinhos

A sexta meta de Aichi para a Biodiversidade diz que:


Até 2020, todos os stocks de peixe e invertebrados e plantas aquáticas sejam geridos e capturados de forma sustentável, legal e aplicando abordagens baseadas no ecossistema, de modo a que a pesca excessiva seja evitada; planos e medidas de recuperação sejam postos em prática para todas as espécies sob ameaça, recursos pesqueiros não tenham impactos adversos em espécies ameaçada e ecossistemas vulneráveis e os impacto das pesca nos stocks, espécies e ecossistemas esteja dentro de limites ecológicos de segurança.


A sobre-exploração é uma pressão importante nos ecossistemas marinhos a nível global e tem conduzido à perda de biodiversidade e a estrutura dos ecossistemas. As capturas de pesca marítima têm vindo a ser reduzidas a partir dos níveis insustentáveis desde há mais de uma década. No entanto, a pesca excessiva ainda ocorre em muitos locais e as actividades piscatórias poderiam contribuir mais para a economia global e a segurança alimentar com um maior comprometimento com as políticas de desenvolvimento sustentável. 

Para atingir esta meta, poderá ser necessário restringir a pesca em locais onde os recursos pesqueiros não estão a ser geridos de forma sustentável e a utilizar abordagens baseadas no ecossistema. De igual forma, acções para assegurar que o equipamento de pesca é usado de forma e em lugares onde não cause impactos adversos graves no fundo do mar ou espécies não-alvo. Outras medidas poderão incluir o estabelecimento de rede de áreas marinhas protegidas e restrições em termos temporais e locais para protecção de zonas de reprodução.

Indicadores possíveis:
  • Tendências na proporção de espécies alvo e espécies não-alvo com stocks reduzidos.
  • Tendências na área, frequência e/ou intensidade das práticas piscatórias destrutivas.
  • Tendências na captura por unidade de esforço.
  • Tendências na capacidade de esforço de captura.
  • Tendências nas populações de espécies alvo e espécies não-alvo.
  • Tendências na proporção de stocks utilizados fora dos limites biológicos de segurança

Fonte:

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Meta 5 de Aichi para a Biodiversidade: Redução da perda de habitat

A quinta meta para a biodiversidade é a seguinte:

Até 2020, a taxa de perda de todos os habitats naturais é, pelo menos, reduzida para metade e trazida para valores próximos do zero, onde seja possível; e a degradação e fragmentação é significativamente reduzida.


A perda de habitat, incluindo a degradação e fragmentação é a causa mais importante para a perda da biodiversidade a nível global. Os habitats naturais na maior parte do planeta continua em declínio em extensão e integridade, apesar de ter havido um progresso significativo na redução desta tendência em algumas regiões e habitats. A redução da taxa de perda de habitat é essencial para proteger a biodiversidade e manter os serviços dos ecossistemas vitais para o bem-estar humano.

Esta meta refere-se a todos os habitats naturais, incluindo as florestas. A ênfase desta meta deverá ser na prevenção da perda dos habitats com alto valor de biodiversidade, como florestas primárias, zonas húmidas e recifes de corais, e de ecossistemas onde os riscos de perda que passam os "pontos de ruptura" que podem levar a efeitos negativos de larga escala no bem-estar humano.

Existe uma variedade de formas de reduzir a taxa de perda, degradação e fragmentação de habitat dependendo das circunstâncias e prioridades de cada país. A redução da perda e degradação de habitats naturais pode ser alcançada através de melhoria na eficiência na produção e no planeamento do uso do solo, e mecanismos aprimorados para a governança dos recursos naturais combinada com maior cumprimento da lei de tais políticas. Para além disso, o maior reconhecimento do valor económico e social dos serviços dos ecossistemas fornecidos pelos habitats naturais como a captação de água, controlo da erosão e o valor do sequestro do carbono por florestas e zonas húmidas, proporcionam os incentivos contemporâneos para a redução da taxa líquida destes habitats e reverter o seu declínio. 

Possíveis indicadores
  • Tendências na proporção de habitats degradados e ameaçados.
  • Tendências na extensão de biomas, ecossistemas e habitats.
  • Tendências na condição e vulnerabilidade dos ecossistemas.
  • Tendências na fragmentação de habitats naturais.
  • Tendências populacionais das espécies que dependem de um habitat em cada tipo de habitat mais importante.

Fonte:
https://www.cbd.int/doc/strategic-plan/targets/T5-quick-guide-en.pdf

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Meta 4 de Aichi para a biodiversidade: Produção e consumo sustentáveis

A quarta meta de Aichi para a biodiversidade é a seguinte:

Até 2020, o mais tarde, Governos, empresas e interessados a todos os níveis tenham desenvolvido esforços para alcançar ou tenham implementado planos para a produção e consumo sustentáveis e que tenham mantido os impactos do uso de recursos naturais dentro de limites ecológicos de segurança.


O uso insustentável ou sobre-exploração dos recursos é uma das principais ameaças à biodiversidade. No presente, empresas e países estão a fazer esforço para reduzir de forma substancial o uso de combustíveis fósseis, com o objectivo de mitigar os efeitos das alterações climáticas. Serão necessários esforços similares para assegurar que o uso de outros recursos naturais é feito dentro dos limites sustentáveis.

O conceito de limites ecológicos pode ser definido como o ponto onde a quantidade de recursos que são extraídos ou usados é menor ou igual do que a quantidade de recursos que os ecossistemas são capazes de fornecer numa base sustentável enquanto mantêm a sua funcionalidade. Os limites específicos irão variar com diferentes ecossistemas dependendo das condições e composição dos ecossistemas e o tipo e magnitude da pressão. Em muitos casos os limites actuais serão desconhecidos, pelo que a aplicação do principio da precaução será necessária.

A redução da procura total e o aumento da eficiência irão contribuir para a meta e pode ser perseguido através de regulamentos e/ou incentivos governamentais, educação e responsabilidade social e empresarial. Adicionalmente o fomento de padrões de produção e consumo sustentáveis para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tanto no sector público e privado estão alinhadas com os objectivos da Convenção, e o desenvolvimento de métodos para promover informação com base científica sobre biodiversidade para influenciar decisões de consumo e produção irão contribuir para o alcance da meta.

Possíveis indicadores
  • Tendências na Pegada Ecológica e/ou conceitos relacionados.
  • Tendências do modo como os valores da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas são incorporados na contabilidade e relatórios organizacionais.
  • Tendências da biodiversidade nas cidades.
  • Limites ecológicos avaliados em termos da produção e consumo sustentáveis.
  • Tendências nas populações e risco de extinção das espécies utilizadas, incluindo espécies comercializadas.
Fonte:
https://www.cbd.int/doc/strategic-plan/targets/T4-quick-guide-en.pdf

Meta 3 de Aichi para a Biodiversidade: Reforma dos incentivos

A terceira meta de Aichi para a biodiversidade é a seguinte:

Até 2020, o mais tardar, os incentivos, incluindo os subsídios, prejudiciais à biodiversidade sejam eliminados, totalmente ou por fases, ou reformados de forma a minimizar ou evitar impactos negativos, e que incentivos positivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade sejam desenvolvidos e aplicados, em coerência e harmonia com a Convenção e outras obrigações internacionais relevantes, levando em conta as condições sociais e económicas nacionais.


Os incentivos prejudiciais à biodiversidade geralmente emanam de políticas ou programas que induzem ao comportamento insustentável prejudicial à biodiversidade, cujo efeitos secundários são frequentemente não antecipados e não desejados.

Os incentivos positivos são medidas económicas, legais e institucionais desenhadas para encorajar actividades benéficas para a biodiversidade.

Possíveis indicadores:
  • Tendências no número e valor dos incentivos, incluindo subsídios, prejudiciais para a biodiversidade removidos, totalmente ou por fases, ou reformados.
  • Tendências na identificação, avaliação e estabelecimento e reforço de incentivos que premeie a contribuição positiva para a biodiversidade e serviços dos ecossistemas e que penalize impactos adversos.
Fonte:
https://www.cbd.int/doc/strategic-plan/targets/T3-quick-guide-en.pdf

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Meta 2 de Aichi para a Biodiversidade: Integração dos valores da Biodiversidade

A segunda meta de Aichi para a Biodiversidade é a seguinte:

Até 2020, o mais tardar, os valores da Biodiversidade tenham sido integrados nas estratégias e processos de planeamento nacionais e locais de desenvolvimento e redução da pobreza e sejam integrados em sistemas nacionais de contabilidade e sistemas de reporte.


Os valores da biodiversidade não estão devidamente reflectidos no processo de tomada de decisão no contexto das estratégias de desenvolvimento e redução da pobreza. A integração e a reflexão da contribuição da biodiversidade e os serviço dos ecossistemas que fornece, em estratégias, políticas, programas e sistemas de reporte é um elemento importante para que os valores da biodiversidade e as oportunidades que derivam da sua conservação e uso sustentável sejam reconhecidos e reflectidos na tomada de decisão.

A biodiversidade sustenta um conjunto vasto de serviço que sustentam economias, sistemas de produção de alimento, condições de vida segura e saúde human. Adicionalmente, a biodiversidade é central para muitas culturas, crenças espirituais e visões do mundo e tem valor intrínseco de direito próprio. Como tal, a biodiversidade tem múltiplos valores, alguns dos quais podem ser quantificados em termos monetários e outros que são mais abstractos. Dada a variedade de valores que são necessários ser em conta quando se implementam acções para alcançar esta meta, uma abordagem multidisciplinar será necessária para avaliar os valores da biodiversidade.

As estratégias nacionais de desenvolvimento e redução da pobreza são instrumentos chaves para erradicar a pobreza na linha com os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Os processos de planeamento nacionais e locais, em particular o planeamento do uso do solo, podem ter impactos significativos na biodiversidade. A integração dos problemas da biodiversidade em decisões nacionais e locais ajudarão a internalizar os custos e benefícios da conservação e o uso sustentável da biodiversidade e ajudar a enquadrar a conservação e uso sustentável em termos de oportunidades para desenvolvimento.

Os sistemas nacionais de contabilidade proporcionam um meio para acompanhar os fluxos de recursos e melhor compreender os benefícios que derivam da biodiversidade. Essa informação permitirá que decisões de políticas mais informadas possam ser tomadas. Incluir a biodiversidade em sistemas de reporte, quando relevante, pode ajudar a assegurar que a importância da biodiversidade permanece visível e é devidamente tido em conta na tomada de decisão.

Existem uma variedade de ferramentas disponíveis para avaliar os valores da biodiversidade. Estas incluem o trabalho da Convenção da Diversidade Biológica em medidas económicas, comércio e incentivo, o estudo da Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB) e o Sistema de Contabilidade Económico e Ambiental (SEEA). Também estão disponíveis ferramentas para a integração do biodiversidade nos exercício de planeamento espacial através do mapeamento dos serviço dos ecossistemas da biodiversidade e através de planeamento sistemático de conservação.

Possíveis indicadores:
  • Tendências na incorporação de valores dos recursos naturais, biodiversidade e serviços dos ecossistemas nos sistemas nacionais de contabilidade.
  • Tendências no número de avaliação dos valores da biodiversidade, de acordo com a Convenção.
  • Tendências em linhas de orientação e aplicação de ferramentas de avaliação económica.
  • Tendências na integração dos valores da biodiversidade e serviços dos ecossistemas em políticas sectoriais e de desenvolvimento.
  • Tendências nas políticas que consideram a biodiversidade e os sistemas dos ecossistemas na s avaliações de impacto ambiental e estratégia ambiental.
Fonte:
https://www.cbd.int/doc/strategic-plan/targets/T2-quick-guide-en.pdf

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Meta 1 de Aichi para a Biodiversidade: Maior sensibilização

A primeira meta de Aichi é a seguinte:

Até 2020, as pessoas estão sensibilizadas para os valores da biodiversidade e para os passos que podem tomar para a conservar e usar de forma sustentável.

Para atingir esta meta será necessário que as pessoas sejam sensibilizadas para os valores da biodiversidade, num contexto mais amplo, olhando para os valores ambientais, culturais, económicos e intrínsecos. Apesar de esse conhecimento ser importante na motivação para a acção, não é suficiente. As pessoas também necessitam de estar sensibilizadas para os tipos de acções que podem tomar para conservar e usar a biodiversidade de forma sustentável. Diferentes segmentos da sociedade podem tomar diferentes acções dependendo do tipo de actividades que têm controlo ou influência sobre. Tal informação podem ajudar a capacitar os indivíduos a tomar acções.

De forma a progredir em direcção a essa meta, será necessário desenvolver e implementar uma esforços nas áreas da comunicação, educação e consciencialização do público de forma coerente, estratégica e sustentada. Diferentes tipos de actividade de educação e consciencialização serão necessários para chegar a diferentes audiências.

A aprendizagem ocorre em contextos formais, como escolas e universidades, bem como em contextos informais, como sejam o aconselhamento por parte dos mais velhos e também museus e parques e através de filmes, televisão e literatura. A aprendizagem pode igualmente ocorrer através da participação em eventos e outras oportunidades para troca de informação entre os interessados. Existem, portanto, uma variedade de comunicação e veículos de disseminação que podem ser usados.

Uma acção inicial para atingir esta meta que pode ser tomada será a realização de uma avaliação do estado actual da consciencialização para a biodiversidade de forma a identificar falhas e os grupos para cuja consciencialização dos valores da biodiversidade é mais importante para o estado da biodiversidade em cada país. Esta informação pode ajudar a identificar e dar prioridade aos tipos de  acções de comunicação e educação que são necessárias. São também importantes para alcançar esta meta: identificar as mensagens relevantes e os canais de comunicação para cada grupo, estudos a determinar e comunicar os valores da biodiversidade e o envolvimento de agentes parceiros.

Possíveis indicadores
  • Tendências na consciencialização e atitudes em relação à biodiversidade.
  • Tendências na participação pública relacionada com a biodiversidade.
  • Tendências em programas de comunicação e acções a promover a responsabilidade social das empresas.
Fonte:
https://www.cbd.int/doc/strategic-plan/targets/T1-quick-guide-en.pdf

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Índice Terrestre Living Planet

O sistema terrestre inclui muitos habitats (como florestas, savanas e desertas) e também ambientes artificiais desenvolvidos pelo Homem (como as cidades e os campos agrícolas). Este é o sistema melhor monitorizado dos três sistemas, fundamentalmente porque é onde as pessoas vivem e também porque a investigação apresenta menores desafios logísticos do que a investigação em sistemas marinhos e de água doce. Por essa razão, o conjunto de dados respeitante ao índice terrestre é o mais abrangente. É baseado em informação de 4.658 populações monitorizadas de 1.678 espécies terrestres ou seja, 45% das espécies presentes no índice geral.

Nos últimos séculos, o sistema terrestre tem sofrido grande transformação: a maioria da superfície terrestre tem sido modificada pelos humanos. Isto teve um grande impacto na biodiversidade, o que é confirmado pelo índice terrestre Living Planet que mostra que as populações têm decrescido 38% desde 1970, o que corresponde a um decréscimo anual de 1,1%.

Índice terrestre Living Planet entre 1970 e 2012
(Fonte: Relatório Living Planet, 2016)

Apesar da crescente influência das actividades humanas, o sistema terrestre tem experenciado um declínio não tão acentuado na abundância das populações quando comparado com os sistemas marinhos e de água doce. A criação de áreas protegidas têm contribuído para a conservação e recuperação de algumas espécies.

A perda e a degradação de habitat são as ameaças mais comuns às populações terrestres, seguidas para sobre-exploração. As outras ameaças variam em importância de acordo com o grupo taxonómico.

A seguir à perda e degradação de habitat, as espécies invasoras e doenças são as ameaças mais comuns aos anfíbios e répteis. Seja através da predação ou da competição, os efeitos negativos das espécies exóticas nas espécies nativas têm sido bem documentados em várias partes do Globo. A introdução de espécies não-nativas de ratos, gatos e mangustos juntamente com répteis não nativos têm tido um enorme impacto nos répteis nativos, especialmente em ilhas.

Diferenças taxonómicas na frequência da ameaça para 703 populações terrestres em declínio
(Fonte: Relatório Living Planet, 2016)
No que respeita à diversidade de espécies, as florestas tropicais estão entre os ecossistemas mais ricos no planeta. Elas têm sofrido também grandes perdas de área. Até o ano 2000, 48,5% das florestas tropicais e subtropicais secas foram convertidas para uso humano. O índice mostra um declínio de 41% das espécies que vivem em florestas tropicais, o que se traduz num decréscimo anual de 1,3%. A partir do ano 2000 têm-se registado uma tendência de subida nomeadamente entre as populações de mamíferos e aves.

Índice terrestre Living Planet para as florestas tropicais entre 1970 e 2009
(Fonte: Relatório Living Planet, 2016)

As pradarias estão sob grande pressão humana, sobretudo porque são ecossistemas apropriados para a agricultura. Até 2000, 45,8% da área dos prados temperados foi convertida e é agora predominantemente usada para actividades humanas. O índice para as pradarias é baseado em 372 populações de 126 espécies que habitam apenas este tipo de ecossistemas. Este mostra um declínio de 18%, o que corresponde a uma média anula de 0,5%. A tendência começou a estabilizar depois do ano 2000 e existe um ligeiro aumento desde 2004.

Índice Living Planet para as pradarias em 1970 e 2012
(Fonte: Relatório Living Planet, 2016)

Fonte:

Relatório Living Planet 2016
(http://www.footprintnetwork.org/documents/2016_Living_Planet_Report_Lo.pdf)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Ciclo do enxofre

O enxofre circula na biosfera através do ciclo do enxofre. A maior parte do enxofre está armazenado no subsolo em rochas e minerais e na forma de sais de sulfato (SO42-) enterrados debaixo de sedimentos marinhos.

Ciclo do enxofre
(Fonte: http://userscontent2.emaze.com/images/c2b8233f-f811-4177-9858-a6dad57d1eac/635460133794929214_ScreenShot2014-09-11at2.21.35.png)

O enxofre entra na atmosfera de diversas formas. O sulfureto de hidrogénio (H2S) é libertado de vulcões activos e da matéria orgânica que entra em decomposição em zonas inundadas. O dióxido de enxofre também é libertado por vulcões.

Partículas de sais de sulfato (SO42-), como o sulfato de amónio, entra na atmosfera através de água do mar vaporizada, tempestades de poeira e fogos florestais. As raízes das plantas absorvem os iões de sulfato e incorporam o enxofre como um componente essencial de muitas proteínas.

Certas algas marinhas produzem grandes quantidades de dimetilsulfureto ou DMS (C2H6S). Pequenas gotículas de DMS servem como um núcleo para a condensação de nuvens. Assim, alterações nas emissões de DMS podem afectar a formação de nuvens e clima.

Na atmosfera, o DMS é convertido em dióxido de enxofre, parte deste é por sua vez convertido em trióxido de enxofre (SO3) e em pequenas gotículas de ácido sulfúrico (H2SO4). O DMS também reage com outros químicos atmosféricos com o amoníaco para produzir pequenas partículas de sais de sulfato. Estas gotas e partículas descem à terra como componentes das chuvas ácidas, que em conjunto com outros poluentes do ar podem nocivos para as árvores e vida aquática.

As actividades humanas têm afectado o ciclo do enxofre, principalmente, através da emissão de grandes quantidades de dióxido de enxofre para a atmosfera. Nós libertamos enxofre para a atmosfera de três maneiras. Primeiro, queimamos carvão e petróleo que contém enxofre para produzir energia eléctrica. Segundo, refinamos petróleo que contém enxofre para produzir gasolina, gasóleo e outros produtos. Terceiro, extraímos metais como o cobre, chumbo e zinco de compostos que contêm enxofre presentes nas rochas.

Fonte:
Living in the environment - G. Tyler Miller, Scott E. Spoolman

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Plano Estratégico 2011-2020 e as Metas de Aichi

Fonte: https://www.cbd.int/images/youth/cbd-world.gif
A Convenção para a Diversidade Biológica (CDB) ou a Convenção para a Biodiversidade, como é informalmente conhecida, é um tratado multilateral que tem como principais objectivos: a conservação da diversidade biológica (biodiversidade), o uso sustentável dos seus componentes e a partilha justa e igual dos benefícios que surgem dos recursos genéticos.

A Convenção foi criada aquando da Cimeira da Terra no Rio de Janeiro em 1992 e entrou em pleno funcionamento no final do ano de 1993. Em 2016, faziam parte 196 partes, que incluía 195 estados e a União Europeia. Todos os membros das Nações Unidas - com a excepção dos Estados Unidos - ratificaram o tratado.

Na décimo encontro da Conferência de Partes, que aconteceu em 2010 em Nagoya (Aichi) no Japão, foi adoptado um Plano Estratégico para a Biodiversidade para o período de 2011-2020, incluindo as Metas de Aichi para a Biodiversidade.

O Plano Estratégico é composto por uma visão partilhada, uma missão, objectivos estratégicos e 20 metas ambiciosas, conhecidas como Metas de Aichi, 

A visão é definida da seguinte forma: "Até 2050, a biodiversidade é valorizada, conservada, restaurada e sabiamente usada, mantendo os serviços dos ecossistemas, sustentando um planeta saudável e fornecendo os benefícios essenciais para todas as pessoas."

Já a missão da Convenção é traduzida do seguinte modo: "Tomar medidas efectivas e urgentes para travar a perda da diversidade biológica a fim de assegurar que até 2020, os ecossistemas sejam resistentes e que continuem a fornecer os serviços essenciais, assegurando deste modo, a diversidade da vida no planeta e contribuindo para o bem-estar humano e para a erradicação da pobreza. Para que isso aconteça, é necessário que as pressões sobre a biodiversidade se reduzem, os ecossistemas se restaurem, os recursos biológicos sejam utilizados de forma sustentável e os benefícios que surjam da utilização dos recursos genéticos sejam partilhados de forma justa e equitativa; que sejam disponibilizados os recursos financeiros adequados, se melhorem as capacidades, as questões e valores da biodiversidade se tornem conhecidos, as políticas apropriadas sejam implementadas de forma efectiva e a tomada de decisão seja baseada em fundamentos científicos sólidos e numa abordagem de precaução."

Fonte: http://explore.tandfonline.com/uploads/images/campaigns/BIG_7751-Aichi_Biodiversity_Targets_978x509.jpg

As 20 Metas de Aichi estão divididas de acordo com 4 objectivos estratégicos:
  • Objectivo estratégico A: abordar as causas subjacentes à perda de diversidade biológica através da incorporação da diversidade biológica em todos âmbitos governamentais e da sociedade.
  • Objectivo estratégico B: Reduzir as pressões directas sobre a diversidade biológica e promover o seu uso sustentável.
  • Objectivo estratégico C: Melhorar a situação da diversidade biológica salvaguardando os ecossistemas, as espécies e a diversidade genética.
  • Objectivo estratégico D: Aumentar os benefícios da diversidade biológica e os serviços dos ecossistemas para todos.

Fontes:

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Índice de Percepção da Corrupção 2016


A Transparency International (TI) declara-se como "um movimento global com uma visão: um mundo em que governos, negócios, sociedade civil e as vidas diárias das pessoas são livres de corrupção". Sediada em Berlim, o propósito desta organização sem fins lucrativos é desenvolver acções de combate à corrupção e prevenir actividades criminais com base na corrupção.

A TI declara também que "a corrupção e a desigualdade alimentam-se uma da outra, criando um círculo vicioso entre a corrupção, distribuição desigual de poder na sociedade e distribuição desigual de riqueza".

Desde 1995 que a TI vem publicando anualmente o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) criando um ranking de países com base nos níveis de corrupção determinados por avaliações de especialistas e inquéritos de opinião. O IPC define de forma genérica a corrupção como o uso de poderes públicos para benefício privado.

No IPC os países são classificados de acordo com uma escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (livre de corrupção). Em 2016, 176 países fizeram parte desta avaliação, sendo nenhum se aproximou dos 100 pontos e mais de 120 países obtiveram uma pontuação inferior a 50 pontos. O mapa abaixo mostra a distribuição do IPC por todo o Mundo.
Mapa do Índice de Percepção da Corrupção em 2016
(Fonte: http://files.transparency.org/content/download/2053/13224/file/CPI2016_Map_web.jpg)

Os países com maior pontuação tendem a ter graus mais elevados de liberdade de imprensa, acesso à informação sobre gastos públicos, padrões de integridade mais fortes para funcionários públicos e sistemas judiciais mais independentes.

No topo do índice encontramos principalmente países da Europa do Norte (Dinamarca, Finlândia, Suécia) e Central (Suíça, Holanda, Alemanha, Reino Unido e Luxemburgo) e ainda a Nova Zelândia, Singapura e Canadá.

Países com melhor ranking no Índice de Percepção da Corrupção em 2016
(Fonte: http://www.transparency.org/whatwedo/publication/corruption_perceptions_index_2016)

Os países com ranking mais baixo são dominados pela desconfiança e mau funcionamento de instituições públicas com a polícia e a justiça. Mesmo que existam leis anti-corrupção, estas são frequentemente evitadas ou ignoradas. As pessoas nestes países enfrentam situações de suborno e extorsão, confiam em serviços básicos que foram minados pela apropriação indevida de fundos e confrontam a indiferença oficial quando procuram denunciar situações de corrupção.

No outro extremo encontramos na sua maioria países do continente africano (Angola, Eritreia, Guiné-Bissau, Líbia, Sudão, Sudão do Sul e Somália) e do médio oriente (Iraque, Afeganistão, Iémen e Síria) e também a Venezuela e a Coreia do Norte. 

Países com pior ranking no Índice de Percepção da Corrupção em 2016
(Fonte: http://www.transparency.org/whatwedo/publication/corruption_perceptions_index_2016)

Fontes: