terça-feira, 24 de maio de 2016

Educação para todos: a abordagem do ciclo de vida para o desenvolvimento humano

O conceito de desenvolvimento humano inclui duas ideias relacionadas. A primeira é o facto importante de que as capacidades e a saúde de um indivíduo depende do processo cumulativo, de boa saúde e acesso a cuidados de saúde, viver num ambiente seguro, educação, desenvolver competências e a experiência de trabalho.

A evidência é bastante forte que à medida que os indivíduos acumulam mais educação, mais formação profissional e mais experiência de trabalho, a sua produtividade no mercado de trabalho também aumenta. Da mesma forma, os investimentos na saúde criam condições para a produtividade. Investir na saúde de uma criança ajuda a criar para as bases para uma vida saudável em adulto.

A segunda ideia de desenvolvimento humano é do "ciclo de vida" do indivíduo. Devemos considerar o indivíduo durante a seu período inteiro de vida. As capacidades, a saúde e produtividade de um indivíduo em qualquer etapa do ciclo de vida dependem das escolhas efectuadas nas etapas anteriores. Cada etapa do ciclo de vida cria as condições para as etapas que se seguem.

O processo de educação formal deve começar antes do começo da escola primária. Um número crescente de países estão a introduzir aulas para crianças com idade inferior a 5 anos como forma de melhorar a aprendizagem nesta fase inicial e o desenvolvimento saudável do cérebro. Daí que a educação primária para todas as crianças é agora globalmente reconhecida como uma necessidade básica e um direito básico. Todas as crianças necessitam de educação secundária seguida de ensino profissional e educação superior.

Têm existido um progresso significativo em alcançar o acesso universal à educação primária. Em 1970, a taxa de inscrição bruta rondava os 85%. Nos dias de hoje, essa taxa supera já os 100%. Esta taxa é extremamente importante para a igualdade de género na educação. As crianças do sexo feminino estão na sua maioria a frequentar a escola primária. Em 1990, a percentagem de raparigas no ensino primário era de cerca de 60%, enquanto que a percentagem de rapazes era de 90%. Em 2010, essa discrepância deixou de existir.

O progresso ao nível da educação secundária e superior é bem menor. A maioria parte do mundo apresenta taxas elevadas de inscrição no ensino secundário, mas na África subsariana e em partes da Ásia onde a pobreza extrema persiste, os níveis de educação secundária permanece inadequado.

Taxa de frequência no ensino secundário em 2005
(Fonte: http://lh6.ggpht.com/fhuebler/SCECgse60pI/AAAAAAAAATo/euDKdjfSwME/s800/20050402_SNER_Total.png)

A situação em relação a níveis de educação superior é mais variada. Os países mais pobres apresentam taxas de inscrição de 10% ou inferior. A falta de níveis adequados no ensino superior vem-se tornando num grande impedimento ao progresso económico dos países em maiores dificuldades. As instituições de ensino superior são necessários para assegurar que existam professores qualificados, um número suficiente de técnicos e uma geração de jovens qualificados formados em políticas públicas e desenvolvimento sustentável.

Fonte:
The Age of Sustainable Development - Jeffrey D. Sachs