quarta-feira, 8 de maio de 2019

Mais de 1.000.000 de espécies em perigo segundo o IPBES

Antes da publicação do relatório de avaliação global sobre a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas, o IPBES (Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services) apresentou as suas principais conclusões à comunicação social no passado dia 6 de Maio. 

Este novo relatório pretende ser o mais completo até à data e é o primeiro relatório intergovernamental deste género e vem no seguimento da avaliação dos Ecossistemas do Milénio apresentado em 2005.

O relatório do IPBES analisa as alterações nos ecossistemas que aconteceram nos últimos 50 anos e sugere possíveis cenários para as próximas décadas. Para este trabalho contribuíram 145 autores especialistas de 50 países e ainda mais 310 autores participantes.



No que diz respeito às principais conclusões, o número que mais impressiona pela sua grandeza é o número 1.000.000 - que representa a quantidade de espécies de animais e plantas que estão ameaçadas pela extinção, numa escala nunca vista na história humana.

A abundância média de espécies nativas diminui pelo menos 20% na maioria dos habitats terrestres, desde 1900. Mais de 40% dos anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço dos mamíferos marinhos estão ameaçados.



O relatório também ordena pela primeira vez os cinco principais factores para as mudanças no mundo natural. Estes são 1) alteração no uso do solo e mar, 2) exploração directa de organismos, 3) alterações climáticas, 4) poluição e 5) espécies exóticas invasoras.

Outro aspecto diz respeito com o insucesso das políticas para a conservação e para a sustentabilidade. A manter-se as trajectórias actuais, apenas 4 das 20 das metas de biodiversidade de Aichi não serão atingidas até 2020 e cerca de 80% dos objectivos dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável relacionados com a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima, oceanos e terra serão afectados. Portanto a perda de biodiversidade é não só apenas um problema ambiental, mas também um problema de desenvolvimento, económico, segurança, social e moral e serão necessárias transformações significativas a nível económico, social, político e tecnológico para reverter a situação.

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