domingo, 28 de janeiro de 2018

Um rápido aquecimento da atmosfera pode ser consequências dramáticas

A maioria das alterações da temperatura na camada mais baixa da atmosfera ocorreram no espaço de milhares de anos. O que torna o actual problema urgente é que enfrentamos um rápido aquecimento da camada inferior da atmosfera previsto para este século, o que vai alterar o clima que tivemos durante os últimos 10.000 anos. O ritmo das alterações climáticas actuais podem ser tão rápidas como qualquer período de aquecimento no passado da Terra e projecta-se que vá aumentar nos próximos anos.
Temperaturas nos últimos 22000 anos (Fonte: http://slideplayer.com/slide/766607/2/images/4/Temperature+change+over+past+22,000+years.jpg)

De acordo com os piores cenários das projecções dos modelos climáticos, as populações podem enfrentar os seguintes efeitos durante este século:
  • Cheias em cidades com zonas costeiras baixas causadas pelo aumento do nível médio das águas do mar.
  • Muitas florestas a serem consumidas por grandes fogos.
  • Pastagens e prados transformadas em zonas áridas.
  • Secagem de rios.
  • Colapso de ecossistemas.
  • A extinção de metade das espécies do mundo.
  • Ondas de calor mais intensas e mais duradouras.
  • Tempestades e cheias mais destrutivas
  • Rápida propagação de doenças tropicais infecciosas.

Os cientistas identificaram um número de componentes do sistema climático que podem passar  os chamados tipping points (pontos de não retorno) a nível das alterações climáticas, ou seja, limites para além dos quais os sistemas naturais podem mudar e permanecer dessa forma durante centenas a milhares de anos.

Uma dessas componentes é a temperatura média global da atmosfera. Diversos estudos apontam que não conseguiremos evitar o aumento da temperatura de 2ºC, o limite para além do qual muitos afirmam que a alterações climáticas se tornam perigosas. Este número é, no entanto, controverso e para alguns arbitrário. Outros dizem que não é realista, uma vez que falhamos a desaceleração desta tendência e estamos comprometidos com um aquecimento médio acima deste nível.

Um outro ponto de não retorno está relacionado com os níveis de dióxido de carbono atmosférico. Um conjunto de estudos científicos e modelos climáticos indicam que precisamos de impedir os níveis de CO2 ultrapassem os 450ppm - um ponto a partir do qual podemos enfrentar alterações climáticas de larga escala que podem durar centenas a milhares de anos. Actualmente já ultrapassamos os 400ppm.

Existem outros possíveis pontos de não retorno que são apresentados em baixo.

Tipping points da Terra
(Fonte: https://www.pik-potsdam.de/services/infothek/kippelemente/tip_points_e.jpg)



Fontes:
Living in the environment (G. Tyler Miller & Scott E. Spoolman)