domingo, 13 de dezembro de 2015

Desigualdade entre áreas urbanas e rurais

No âmbito das desigualdades, a diferença entre a vida urbana e rural é talvez a variação mais extrema entre países. Antes da Revolução Industrial, quase toda a população mundial, cerca de 90%, vivia em ambiente rural. No entanto, o mundo está a tornar-se cada vez mais urbanizado, alterando as vidas na sua essência e levando a grandes diferenças a nível de cada país.

Não existe uma definição oficial a nível internacional de área urbana. Genericamente, numa área urbana reside pelos menos alguns milhares de pessoas numa área densamente habitada. O limiar que divide uma área urbana de uma área rural varia de país para país. Alguns adoptam o valor de 2000 pessoas, outros 5000.

A diferença entre áreas urbanas e rurais tem algumas características básicas que são fundamentais para o processo de desenvolvimento económico e a natureza das desigualdades de cada país. Estas são algumas delas:
  • A agricultura é o principal suporte das áreas rurais, enquanto as áreas urbanas dependem da indústria e dos serviços.
  • O rendimento per capita tende a ser mais elevado em áreas urbanas, o que motiva o fluxo para as áreas urbanas.
  • As populações rurais fixam-se em áreas férteis para a agricultura. As populações urbanas tendem a localizar-se na costa ou ao longo de rios.
  • A densidade populacional é superior nas áreas urbanas com milhares de pessoas por quilómetro quadrado. Nas áreas rurais, tipicamente existem menos de 100 pessoas por quilómetro quadrado.
  • A qualidade dos serviços públicos tende a ser diferente e por isso os níveis de rendimento, os padrões dos serviços de saúde e no geral os níveis de vida tendem a ser mais elevados nas áreas urbanas.
  • A taxa de fecundidade (o número médio de filhos por mulher) é mais elevada nas áreas rurais.
As zonas mais ricas do globo tendem a ser mais urbanizadas e as zonas mais pobres tendem a ser mais rurais. As regiões mais urbanas situam fundamentalmente na Europa ocidental e no continente americano, com mais de 75% da população a viver nessas zonas. Enquanto que, os países com mais populações rurais encontram-se na África tropical e continente asiático.

O processo de urbanização está a ocorrer rapidamente e é crítico para o desenvolvimento económico. É em África onde as taxas de urbanização crescem mais rapidamente e frequentemente chegam perto dos 5% ao ano, o que significa que são necessários 14 anos para duplicar a percentagem de áreas urbanas nesses locais.

Taxas de crescimento das áreas urbanas, 2007
(Fonte: http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2007/09/images/picture4.gif)
Espera-se que a população atinja os 8.000 milhões até 2025 e 9.000 milhões até 2040. A nova população deverá viver em áreas urbanas, dado que o total da população rural permanecerá constante à volta de 3.300 milhões até 2035 e depois diminuirá ligeiramente até 2050. O que significa que o futuro crescimento da população será crescimento de população urbana. A proporção de áreas urbanas irá aumentar de 53% em 2013 para cerca de 60% até 2030 e 67% até 2050. Cidades prósperas, saudáveis e resilientes vão ser o desafio central do desenvolvimento sustentável.


Fonte:
The Age of Sustainable Development (Jeffrey D. Sachs)

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