Publicado há duas décadas, o Índice Living Planet global tem revelado o estado da biodiversidade no planeta, através da divulgação da taxa média de alteração de um conjunto de populações de diversas espécies.
A informação relativa às ameaças apenas está disponível para apenas cerca de um quarto de todos os registos da espécies neste índice. Estas ameaças estão agrupadas em 5 grandes categorias: perda e degradação de habitat, sobreexploração, espécies invasoras e doenças, poluição e alterações climáticas.
Frequência relativa das principais ameaças por grupo taxonómico. |
A ameaça mais referida a nível global é a degradação e perda de habitat, que representa cerca de metade de todas as ameaças dentro de cada grupo taxonómico excepto os peixes. A segunda ameaça mais referida é a sobreexploração, que afecta maioritamente as populações de peixes. Juntas a degradação e a perda de habitat e a sobreexploração contabilizam pelos dois terlos de todas as ameaças registadas para as populações em cada grupo taxonómico.
As espécies invasoras e as doenças são mais frequentes para os répteis e anfíbios e mamíferos. A poluição afecta principalmente as aves e os anfíbios e répteis.
A influência das alterações climáticas nas populações selvagens ainda é relativamente moderada, afectando nomeadamente as populações de aves e peixes. No entanto, estas terão um papel relevante no que será o futuro da biodiversidade.
O índice global, calculado a partir da informação disponível para todas as espécies e regiões, mostra um declínio de 60% no tamanho das populações de vertebrados entre 1970 e 2014, ou seja, uma quebra acima do 50% em menos de 50 anos.
Índice Living Planet global entre 1970 e 2014. |
A nível regional, apesar do declínio ser transversal a todas as regiões do globo, os trópicos são os que mais têm sofrido, particularmente as Américas Central e do Sul e as Caraíbas.
Índice Living Planet para a região Neotropical. |
No que respeita ao Índice Living Planet para os ecossistemas de água doce, este mostra um declínio de 83% face a 1970, o que signfica uma perda de 4% ao ano. As populações mais vulneráveis são as de répteis e anfíbios e de peixes.
Índice Living Planet para os ecossistemas de água doce entre 1970 e 2014. |
Fonte:
Living Planet Report 2018