terça-feira, 30 de outubro de 2018

A dificuldade de lidar com o problema das alterações climáticas

A Agência Internacional para Energia concluiu que as emissões globais de dióxido de carbono resultado da produção de energia não cresceram em 2014. Foi a primeira vez em 40 anos que as emissões de dióxido de carbono relacionada com a energia estagnaram ou reduzidas enquanto que a economia crescia.

Esta descida deveu-se à diminuição do uso do carvão para gerar electricidade. Desde 2010, a cada 10 dias, uma central de carvão encerrada ou é agendada para encerramento. Paralelamente, a produção de energia a partir de fontes renováveis aumentou. Na China, o consumo de carvão desceu pela primeira vez em 2014, sendo que as emissões baixaram em 1%, enquanto que a economia cresceu em 7,4%.



No entanto, os resultados de 2014 não mostram uma tendência. No conjunto, as emissões dos gases com efeito de estufa de todas as fontes está ainda a aumentar. Deste modo, muitos cientistas e outros analistas ligados ao clima acreditam que as alterações climáticas são um dos mais urgentes problemas que a humanidade enfrenta a nível científico, político, económico e ético. Porém, um conjunto de características tornam este problema complexo difícil de resolver:

O problema é global. Lidar com esta ameaça requere cooperação internacional sem precedentes e prolongada.

O problema é uma questão política de longo prazo. As alterações climáticas estão a acontecer no momento e estão a ter impactos imediatos, mas não é vista como um problema urgente pela maioria dos governantes e leitores. Para além disso, a maioria da população que irá sofrer os maiores danos das alterações climáticas que se projectam durante a segunda metade do século ainda não nasceu.

Os impactos benéficos e prejudiciais das alterações climáticas não abrangem os países da mesma forma. Países situados em regiões de latitude elevada como o Canadá, Rússia e a Nova Zelândia pode beneficiar ao ver a produtividade agrícola subir e ao registar menos mortes no Inverno e uma redução na factura energética. Contudo, outros países na sua maioria pobres, estão mais vulneráveis aos impactos da subida do nível médio das águas do mar.

As soluções propostas, como reduzir significativamente ou abdicar do uso dos combustíveis fósseis, são controversas. Elas podem introduzir perturbações na economia e ameaçar os lucros das empresas da indústria dos combustíveis fósseis.

Os efeitos previstos têm uma incerteza associada. Os modelos climáticos actuais dão intervalos significativos de aumento de temperatura e aumento do nível médio das águas do mar. Portanto não sabemos se as consequências serão moderadas ou catastróficas, o que torna díficil a tarefa de planear para evitar ou reduzir o risco. Este facto demonstra a necessidade urgente de mais investigação científica para reduzir a incertezas nos modelos climáticos.

Fonte:
Miller & Spoolman, Living in the Environment (19e)

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