O permafrost (subsolo congelado) ocorre em 25% dos solos do Alasca, Canadá e Sibéria no hemisfério Norte. As alterações climáticas com origem antropogénica irão, segundo as previsões, provocar o degelo de quantidades significativas de permafrost. Este degelo já está a acontecer em partes do Alasca e Canadá. Se esta tendência continuar, uma grande quantidade de matéria orgânica que se encontra debaixo do permafrost irá deteriorar-se e libertar grandes quantidades de metano e dióxido de carbono.
Permafrost. |
Estima-se que o permafrost no Árctico contém duas a quatro vezes mais carbono do que todo o carbono libertado pelos humanos até agora. Basta apenas a libertação de 5 a 10% da quantidade de metano contida no permafrost para acelerar o aquecimento global, que por sua vez iria acelerar o degelo do permafrost, criando um feedback positivo que se poderá traduzir num ponto de não retorno (tipping point).
Libertação de metano do permafrost. |
Alguns cientistas estão preocupados com outra fonte de metano - uma camada de permafrost no fundo do oceano Árctico. Os estudos indicam a existência de bolhas de metano a atingir a superfície.
Noutras regiões mais quentes do mundo, outra possível fonte de metano que são as zonas húmidas dos trópicos. Se a precipitação aumentar nas regiões tropicais como projectado, essas zonas húmidas irão expandir-se e produzir mais plantas, que irão decompor-se e produzir metano através da decomposição anaeróbia. Estas fontes são, por vezes, denominadas com bombas-relógio de metano.
Bombas-relógio de metano. |
As emissões de metano pelas duas fontes mencionadas neste artigo (permafrost e zonas húmidas tropicais) totalizam cerca de 41% das emissões totais de metano e constituem os principais fluxos naturais. Contudo não devemos esquecer que as outras duas fontes principais de metano têm origem em actividades como a produção e queima de combustíveis fósseis com cerca de 105 milhões de toneladas por ano e a agricultura e gestão de resíduos com cerca de 188 milhões de toneladas por ano. Estas duas fontes antropogénicas constituem aproximadamente 52% das emissões totais.
No quadro actual, estamos a injectar cerca de 10 milhões de toneladas de metano todos os anos para a atmosfera.
Balanço do metano a nível global. |
Fonte:
Living in the environment (G. Tyler Miller & Scott E. Spoolman)
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