sexta-feira, 7 de julho de 2017

Que factores influenciam o tamanho da população (parte 2)

O rápido crescimento da população mundial durante o último século não se deveu fundamentalmente ao crescimento das taxas de natalidade mas sim graças à descida das taxas de mortalidade, especialmente em países menos desenvolvidos. As melhorias em diversas áreas - fornecimento e distribuição de alimento, nutrição, medicina, saneamento e fontes de água potável - contribuíram para esse facto.

Dois indicadores usados para avaliar a saúde da população de uma região ou país são a esperança média de vida (o número médio de anos que um recém-nascido espera viver) e a taxa de mortalidade infantil (o número de crianças em cada 1000 nascidos que morrem antes do primeiro aniversário). Entre 1955 e 2010, a esperança média de vida aumentou de 48 para 69 anos (77 anos nos países mais desenvolvidos e 67 anos nos países menos desenvolvidos). Em 2010, o Japão tinha a esperança média de vida mais elevada - 83 anos.

Esperança média de vida no nascimento entre 1950 e 2010
(Fonte: https://healthyplanetpro.files.wordpress.com/2013/02/f-i.png)

A mortalidade infantil é vista como uma das melhores medidas para avaliar a qualidade de vida de uma sociedade porque ela reflecte o nível geral das condições de saúde e de nutrição. Uma alta mortalidade infantil normalmente indica uma falta de alimento (subnutrição), uma nutrição pobre (desnutrição) e uma incidência alta de doenças infecciosas (que surgem da ingestão de água contaminada ou da fraca resistência a doenças devido a uma situação de subnutrição ou desnutrição). A mortalidade infantil também afecta a taxa de fertilidade total. Em regiões onde as taxas de mortalidade são baixas, as mulheres tendem a ter menos filhos porque menos crianças morrem nos primeiros anos de vida.

As taxas de mortalidade infantil nos países mais e menos desenvolvidos têm vindo a descer de forma abrupta desde 1965 no entanto, mais de 4 milhões de crianças (a maioria em países menos desenvolvidos) morrem todos os anos de doenças curáveis durante o primeiro ano de vida.

Taxas de mortalidade infantil entre 1950 e 2010 (Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1e/Infant_Mortality_Rates_-_1950-2010.png/800px-Infant_Mortality_Rates_-_1950-2010.png)

Os cientistas também medem a mortalidade dentro dos primeiros anos de vida (child mortality) em cada 1000 nados-vivos. De acordo com as Nações Unidas, este tipo de mortalidade infantil diminuiu 20% entre 1960 e 2008, o que traduziu numa queda de 20 milhões para 8.8 milhões. A causa mais comum para a mortalidade nesta faixa etária é a utilização de água contaminada para consumo que resulta em situações de diarreias e outras doenças.

Mortalidade infantil até aos 5 anos por região do globo
(Fonte: https://ourworldindata.org/wp-content/uploads/2013/05/ourworldindata_child-mortality-since-1960.png)

Um outro factor que influencia o tamanho da população é a migração: o movimento para dentro (imigração) e o movimento para fora (emigração) de uma área geográfica específica. Em 2009 mais de 190 milhões de pessoas migraram de um país para o outro, com mais de 60 milhões a saírem de países menos desenvolvidos para os mais desenvolvidos. A maioria das pessoas emigra em busca de emprego e para melhorar a sua situação económica. Mas outros factores como a perseguição religiosa, conflitos étnicos, opressão política, guerras e determinados tipos de degradação ambiental como a erosão do solo ou a falta de alimento e água levam também a que as pessoas escolham mudar de país ou região. Estima-se que existiram em 2008 cerca de 40 milhões de refugiados que deixaram o seu país devido a razões ambientais e espera-se que cerca de 1 milhão de pessoas seja adicionado a cada ano.

Mapa de refugiados climáticos em 2005
(Fonte: https://static.skepticalscience.com/images/A_Refugee_Map.png)
Fonte:
Living in the environment - G. Tyler Miller, Scott E. Spoolman

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