segunda-feira, 3 de abril de 2017

População e a transição demográfica

O crescimento da população é, indubitavelmente, uma das principais causas subjacentes à maioria dos problemas ambientais que hoje enfrentamos. 

A população mundial continua a aumentar em cerca de 80 milhões de pessoas por ano, com a maior parte do crescimento a decorrer nos países menos desenvolvidos. Até 2050, de acordo com as projecções médias das Nações Unidas, a população mundial irá aumentar até 9,6 mil milhões de pessoas e irá continuar a crescer depois de 2100.

Fonte: https://www.allianz.com/v_1428562729000/en/about_us/open-knowledge/img/too_many_people_z_52580.jpg

O conceito de transição demográfica é um dos conceitos chave é fundamental para ajudar a compreender as dinâmicas de crescimento das populações.

Durante os últimos 200 anos, os países tiveram padrões similares de mudança de altas taxas de mortalidade para baixas taxas de mortalidade, levando os demógrafos a desenvolver um modelo denominado de transição demográfica. Esta teoria diz que a maioria dos países caracterizavam-se por altas taxas de natalidade e mortalidade e baixo crescimento populacional, numa fase inicial (Fase 1). Durante o período de transição (Fase 2) - um decréscimo na mortalidade precede e é mais acelerado do que o decréscimo na fertilidade, que resulta num crescimento populacional devido à diferença entre nascimentos e mortes. Na Fase 3, as taxas de natalidade descem até que na Fase 4 as mesmas atingem o mesmo nível das taxas de mortalidade e o crescimento populacional desacelera.

Embora a maioria dos países seguiram este padrão de evolução demográfica, o timing da transição e o ritmo do declínio da mortalidade e da fertilidade tem variado bastante nos diversos países, resultando em taxas de crescimento populacional diferentes. Na Europa e na América do Norte, esta transição ocorreu durante vários séculos. As taxas de mortalidade e de natalidade decresceram face à melhoria das condições de vida e de saúde, aumento da idade no casamento, disponibilidade de planeamento familiar, diminuição do tamanho da família e ao aumento do nível de educação e de emprego das mulheres.

Em muitos países em desenvolvimento, a transição demográfica começou em meados do século 20 e as mudanças ocorreram num período de poucas décadas. Actualmente, muitos países em desenvolvimento na Ásia e América Latina apresentam baixas taxas de mortalidade e fertilidade e os seus crescimentos populacionais estão a abrandar. Paralelamente, os países menos desenvolvidos estão ainda na fase inicial ou intermediária da transição com as taxas de natalidade e mortalidade a diminuir, mas relativamente elevadas quando comparadas com o resto do Mundo.

Modelo da transição demográfica
(Fonte: http://www.prb.org/pdf14/guide-population-development.pdf)
Actualmente os demógrafos estão a discutir uma quinta fase que ocorre quando um baixo crescimento populacional de um país se transforma num decréscimo da população. Isto ocorre quando as taxas de natalidade caem para níveis em que as taxas de fertilidade estão abaixo do nível de reposição, o que significa que em termos médios uma mulher tem menos do que 2 filhos durante a sua vida.

Modelo da transição demográfica com 5 fases (Fonte: http://francedemographics.weebly.com/uploads/5/8/7/9/5879699/398332822.jpg?876)

Mapa da transição demográfica em função da fase em que os países se encontram
(Fonte: http://www.prb.org/pdf14/guide-population-development.pdf)

Será fundamental que os líderes entendam em que fase se encontram os seus países, como podem promover o progresso para a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade e finalmente como planear para um crescimento desacelerado, um declínio da população e uma eventual estabilização.

Fonte:
A Practical Guide to Population and Development, Population Reference Bureau (http://www.prb.org/pdf14/guide-population-development.pdf)

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