segunda-feira, 10 de abril de 2017

População: África e Europa em pólos distintos

Mais de metade do crescimento da população mundial até ao ano de 2050 espera-se que ocorra em África. O continente africano tem a maior alta taxa de crescimento populacional de todo o globo, crescendo a uma taxa anual de 2,55% entre 2010 e 2015. Consequentemente, das 2,4 mil milhões de pessoas que serão adicionadas ao planeta entre 2015 e 2050, 1,3 mil milhões de pessoas  nascerão em África. Projecta-se que continente asiático será o segundo a contribuir para o futuro crescimento populacional, adicionando mais 0,9 mil milhões de pessoas entre 2015 e 2050, que será seguido da América do Norte, América Latina e Caraíbas e Oceânia. Segundo a projecção média, a população europeia deverá ser inferior em 2050 relativamente a 2015.

Taxa anual média de alteração da população por continentes entre 2000-2050
(Fonte: World Population Prospects - Key findings & advance tables, 2015 Revision)

O rápido crescimento populacional em África ocorrerá mesmo que haja uma redução substancial dos níveis de fertilidade num futuro próximo. De acordo com a projecção média, a fertilidade irá diminuir de 4,7 filhos (2010-2015) para 3,1 (2045-2050), atingindo os 2,2 no período entre 2095 e 2100. Como resultado, a percentagem da global que pertence ao continente Africano irá crescer de 25% em 2050 para 39% em 2100, enquanto que a percentagem que reside em Ásia descerá de 54% em 2050 para 44% em 2100.


Taxas de fertilidade em África em 2013
(Fonte: http://www.humanosphere.org/wp-content/uploads/2014/03/20140308_mam905_595_0.png)

O crescimento populacional continua especialmente alto no grupo de 48 países designados pelas Nações Unidas como os países menos desenvolvidos, dos quais 27 são países africanos. Apesar de se prever uma diminuição da taxa de crescimento populacional deste grupo de países, a sua população espera-se que cresça de 954 milhões (em 2015) para 1,9 mil milhões (em 2050) e para 3,2 mil milhões (em 2100). Entre 2015 e 2100, a população de 33 países, a maioria países menos desenvolvidos, poderão, no mínimo, triplicar. Entre esses países, as populações de Angola, Burundi, República Democrática do Congo, Malawi, Mali, Niger, Somália, Uganda, Tanzânia e Zâmbia podem quintuplicar até 2100.

A concentração de crescimento populacional nos países mais pobres irá dificultar a tarefa dos seus governos de erradicar a pobreza e as desigualdades, combater a fome e mal-nutrição, expandir os sistemas de educação e de saúde, melhorar o fornecimento de serviços básicos e implementar outros elementos da agenda de desenvolvimento sustentável.

Em claro contraste, espera-se que as populações de 48 países ou áreas diminua entre 2015 e 2050. Em diversos países espera-se que a população possa diminuir em mais de 15%, onde se inclui a Bósnia Herzegovina, Bulgária, Croácia, Hungria, Japão, Letónia, Lituânia, Moldávia, Roménia, Sérvia e Ucrânia. A fertilidade em todos os países europeus está abaixo do nível de substituição a longo prazo (cerca 2,1 filhos por mulher, em média) e na maioria dos casos, esta situação já acontece há várias décadas. Projecta-se que a fertilidade na Europa possa aumentar de 1,6 filhos por mulher entre 2010-2015 para 1,8 entre 2045 e 2050, mas esse aumento não será suficiente para impedir a provável diminuição do tamanho da população total.

Taxas de fertilidade totais pela Europa em 2011
(Fonte: https://libraryeuroparl.files.wordpress.com/2013/05/fertility2.png)

Fonte:
World Population Prospects - Key findings & advance tables, 2015 Revision (https://esa.un.org/Unpd/wpp/Publications/Files/Key_Findings_WPP_2015.pdf)

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