A cada dois anos, a Global Footprint Network, a World Wildlife Fund (WWF) e a Zoological Society of London (ZSL) publicam o relatório Living Planet, uma das mais importantes análises científicas a nível mundial sobre a saúde do nosso planeta e o impacto da actividade humana. O relatório utiliza a Pegada Ecológica e outras medidas complementares para avaliar o estado de mudança da biodiversidade a nível global e do consumo humano. O relatório documenta a extensão da pressão humana sobre o Planeta, como a comparamos entre nações e como está a causar impactos no mundo natural.
O relatório Living Planet de 2016, lançado a 27 de Outubro de 2016, apresentou as seguintes conclusões:
Índice Living Planet
Capa do relatório Living Planet de 2016 (Fonte: http://www.livingplanetindex.org/assets/cms/images/LPR2016_cover-274.jpg) |
O relatório Living Planet de 2016, lançado a 27 de Outubro de 2016, apresentou as seguintes conclusões:
- O índice Living Planet mostra um declínio de 58% entre 1970 e 2012 com grandes perdas nos ambientes de água doce.
- Se a actual tendência continua até 2020 as populações de vertebrados pode entrar em declínio em cerca de 67% em comparação com 1970.
- O crescimento da pressão humana ameaça os recursos naturais de que a humanidade depende, aumentando o risco de insegurança alimentar e escassez de água e competição sobre recursos naturais.
- As actividades e recursos humanos cresceram de forma tão dramática, em particular desde os meados do século XX, que estão a colocar em perigo um número de sistemas ambientais chave.
- Os impactos globais e os riscos associados com os humanos são já evidentes em relação às alterações climáticas, integridade da biosfera, fluxos biogeoquímicos e mudanças no uso do solo.
- Em 2012, seria necessário o equivalente a 1.6 planetas Terra para fornecer os recursos e serviços naturais consumidos em um ano pela humanidade.
- Um pré-requisito para reduzir as pressões humanas é compreender a natureza do processo de decisão que resulta em degradação ambiental, social e ecológica.
- O pensamento sistémico pode ajudar a definir os principais factores do comportamento humano que leva a padrões de consumo insustentáveis, padrões de produção destrutivos, estruturas disfuncionais de governança e planeamento económico focado no curto prazo.
- No que concerne ao sistema alimentar, as causas de base são a armadilha da pobreza, concentração de poder, bloqueios ao comércio e investigação e tecnologia na área da agricultura.
- O século XXI coloca a humanidade com um duplo desafio: conservar a natureza em todas as suas formas e funções e proporcionar condições de igualdade para os seus habitantes num planeta finito.
- O redireccionamento para um caminho de sustentabilidade requer mudanças fundamentais imediatas em dois sistemas importantes: energia e indústria alimentar.
- O ritmo a que vamos fazer a transição para uma sociedade sustentável é um factor chave na determinação do nosso futuro.
Índice Living Planet
O índice Living Planet (ILP) é uma medida do estado de diversidade biológica a nível global baseado em tendências da população de espécies de vertebrados em todo o Mundo. A base de dados do índice armazena séries cronológicas de informação relativa a mais de 18.000 populações de mais de 3.600 espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios em todo o Mundo, que é reunida por publicações periódicas, bases de dados online e relatórios governamentais. Usando o método desenvolvido pela WWF e ZSL, estas tendências de populações de espécies são agregados para produzir índices do estado de biodiversidade. O resto do trabalho foca-se em expandir a cobertura do ILP para melhor representar a biodiversidade dos vertebrados de todo o Mundo e em desagregar o índice para medir tendências em diferentes áreas temáticas. O que inclui avaliar as mudanças em diferentes grupos taxonómicos, olhar para as tendências das populações de espécies a nível nacional ou regional, identificar como diferentes ameaças afectam as populações e proporcionam uma visão de como a intervenção na conservação pode promover a recuperação das espécies.
O ILP global mostra que um conjunto de 14.152 populações de 3.706 espécies registou um declínio de 58% entre 1970 e 2012.
Evolução do índice Living Planet entre 1970 e 2012 (Fonte: http://www.livingplanetindex.org/projects?main_page_project=AboutTheIndex&home_flag=1) |
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