segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Ameaças segundo o Índice Living Planet

Em 2016, a informação relativa às ameaças está presente num terço das populações (3.776 populações) que fazem parte do Índice Living Planet (ILP). Cerca de metade (1.981) onde a informação está disponível, estão em processo de declínio. A causa mais comum para esse declínio são a degradação e perda de habitat. Na base da perda de habitat estarão a prática de agricultura e abate de árvores de forma insustentável e alterações nos sistemas de água doce. As ameaças geralmente interagem entre si, o que pode exacerbar o efeito nas populações: por exemplo, a sobre-exploração e destruição do habitat pode comprometer a capacidade de uma espécie de responder às alterações do clima.

A base de dados do índice identifica 5 categorias no que concerne às ameaças:

  1. Perda e degradação de habitat : refere-se à modificação do ambiente em que uma espécie vive através na remoção completa, fragmentação ou redução na qualidade das características fundamentais do habitat. As causas mais comuns são a agricultura insustentável, abate de árvores, transporte, desenvolvimento residencial e comercial, produção de energia e extracção mineira. Relativamente aos habitats de água doce, a fragmentação de rios e ribeiros e o desvio de água são as causas mais comuns.
  2. Sobre-exploração de espécies: existe uma forma directa e indirecta de sobre-exploração. A sobre-exploração directa refere-se a práticas de caça legal ou ilegal e colheita insustentáveis, para subsistência ou comércio. A sobre-exploração indirecta ocorre quando espécies não alvo são mortas acidentalmente, como é o caso das capturas acessórias na pesca.
  3. Poluição: a poluição pode afectar directamente uma espécie quando torna o ambiente impróprio para a sua sobrevivência. Também pode afectar a espécie indirectamente, quando afecta a disponibilidade de alimento ou o desempenho da reprodução, o que se reflecte no tamanho da população.
  4. Espécies invasoras e doenças: as espécies invasoras podem competir com espécies nativas pelo acesso ao território, alimento e outros recursos, podem tornar-se predadores de uma espécie nativa e podem disseminar doenças que não estavam previamente presentes no ambiente. Os humanos também são responsáveis pelo transporte de doenças de uma área do globo para outra.
  5. Alterações climáticas: à medida que as temperaturas se alteram, algumas espécies necessitem de se adaptar, modificando a sua distribuição para encontrarem um clima adequado. Os efeitos das alterações climáticas são muitas vezes indirectos. Alterações na temperatura podem confundir os sinais que despoletam acontecimentos sazonais como a migração e reprodução, levando a que aconteçam numa altura errada.

Em 2014, as ameaças que afectavam as populações do ILP foram contabilizadas da seguinte forma:
  • Sobre-exploração: 37%
  • Alteração/degradação de habitat: 31,4%
  • Perda de habitat: 13,4%
  • Alterações climáticas: 7,1%
  • Espécies e genes invasores: 5,1%
  • Poluição: 4%
  • Doenças: 2%
Principais ameaças para as populações do Índice Living Planet
(Fonte: http://cdn.1millionwomen.com.au/media/large_image/threats_lpi_populations_1.png)
Fonte:

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Relatório Living Planet

A cada dois anos, a Global Footprint Network, a World Wildlife Fund (WWF) e a Zoological Society of London (ZSL) publicam o relatório Living Planet, uma das mais importantes análises científicas a nível mundial sobre a saúde do nosso planeta e o impacto da actividade humana. O relatório utiliza a Pegada Ecológica e outras medidas complementares para avaliar o estado de mudança da biodiversidade a nível global e do consumo humano. O relatório documenta a extensão da pressão humana sobre o Planeta, como a comparamos entre nações e como está a causar impactos no mundo natural.

Capa do relatório Living Planet de 2016
(Fonte: http://www.livingplanetindex.org/assets/cms/images/LPR2016_cover-274.jpg)

O relatório Living Planet de 2016, lançado a 27 de Outubro de 2016, apresentou as seguintes conclusões:

  • O índice Living Planet mostra um declínio de 58% entre 1970 e 2012 com grandes perdas nos ambientes de água doce.
  • Se a actual tendência continua até 2020 as populações de vertebrados pode entrar em declínio em cerca de 67% em comparação com 1970.
  • O crescimento da pressão humana ameaça os recursos naturais de que a humanidade depende, aumentando o risco de insegurança alimentar e escassez de água e competição sobre recursos naturais.
  • As actividades e recursos humanos cresceram de forma tão dramática, em particular desde os meados do século XX, que estão a colocar em perigo um número de sistemas ambientais chave.
  • Os impactos globais e os riscos associados com os humanos são já evidentes em relação às alterações climáticas, integridade da biosfera, fluxos biogeoquímicos e mudanças no uso do solo.
  • Em 2012, seria necessário o equivalente a 1.6 planetas Terra para fornecer os recursos e serviços naturais consumidos em um ano pela humanidade.
  • Um pré-requisito para reduzir as pressões humanas é compreender a natureza do processo de decisão que resulta em degradação ambiental, social e ecológica.
  • O pensamento sistémico pode ajudar a definir os principais factores do comportamento humano que leva a padrões de consumo insustentáveis, padrões de produção destrutivos, estruturas disfuncionais de governança e planeamento económico focado no curto prazo.
  • No que concerne ao sistema alimentar, as causas de base são a armadilha da pobreza, concentração de poder, bloqueios ao comércio e investigação e tecnologia na área da agricultura.
  • O século XXI coloca a humanidade com um duplo desafio: conservar a natureza em todas as suas formas e funções e proporcionar condições de igualdade para os seus habitantes num planeta finito.
  • O redireccionamento para um caminho de sustentabilidade requer mudanças fundamentais imediatas em dois sistemas importantes: energia e indústria alimentar.
  • O ritmo a que vamos fazer a transição para uma sociedade sustentável é um factor chave na determinação do nosso futuro.

Índice Living Planet

O índice Living Planet (ILP) é uma medida do estado de diversidade biológica a nível global baseado em tendências da população de espécies de vertebrados em todo o Mundo. A base de dados do índice armazena séries cronológicas de informação relativa a mais de 18.000 populações de mais de 3.600 espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios em todo o Mundo, que é reunida por publicações periódicas, bases de dados online e relatórios governamentais. Usando o método desenvolvido pela WWF e ZSL, estas tendências de populações de espécies são agregados para produzir índices do estado de biodiversidade. O resto do trabalho foca-se em expandir a cobertura do ILP para melhor representar a biodiversidade dos vertebrados de todo o Mundo e em desagregar o índice para medir tendências em diferentes áreas temáticas. O que inclui avaliar as mudanças em diferentes grupos taxonómicos, olhar para as tendências das populações de espécies a nível nacional ou regional, identificar como diferentes ameaças afectam as populações e proporcionam uma visão de como a intervenção na conservação pode promover a recuperação das espécies.

O ILP global mostra que um conjunto de 14.152 populações de 3.706 espécies registou um declínio de 58% entre 1970 e 2012.

Evolução do índice Living Planet entre 1970 e 2012
(Fonte: http://www.livingplanetindex.org/projects?main_page_project=AboutTheIndex&home_flag=1)

Fontes:

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Índice da Lista Vermelha da UICN

Através do seguimento do número das espécies ameaçadas, o índice da Lista Vermelha (ILV) da UICN quantifica o risco geral de extinção e como este se altera ao longo do tempo. O ILV é baseado nas avaliações da Lista Vermelha da UICN que classifica as espécies em uma das sete categorias (Extinto, Extinto na natureza, Em perigo crítico, Em perigo, Vulnerável, Quase ameaçada ou Pouco preocupante). Esta classificação assenta num conjunto vasto de critérios como a distribuição, o tamanho da população e as ameaças a que a espécie está sujeita. À medida que as espécies são reavaliadas ao longo do tempo, o número de espécies que estão ameaçadas de extinção e a severidade dessa ameaça podem mudar.

O declínio do índice indica que as espécies estão mais ameaçadas de extinção ou que algumas espécies estão a ser mais ameaçadas com essa hipótese. O índice é calculado no momento para cinco grupos - aves, mamíferos, anfíbios, corais e plantas da divisão Cycadophyta.

Índice da Lista Vermelha para os cinco grupos - aves, mamíferos, anfíbios, corais e cicadófitas
(Fonte: Living Planet Report 2016)
A posição de cada linha mostra como o nível de risco de extinção varia entre os grupos de espécies. Neste gráfico, as cicadófitas têm o valor do índice mais baixo quando comparado com o grupo das aves, mamíferos, corais e anfíbios. O declive de cada recta corresponde à rapidez da evolução do índice: um maior declive significa uma maior alteração por unidade do tempo. Os corais exibem uma maior alteração do que os outros grupos, entre 1996 e 2008 - o seu estado de sobrevivência desceu consideravelmente. Analisando como os padrões de risco de extinção variam ajudam-nos a entender o potencial para futuras extinções e se estamos a assistir a níveis de extinção não usuais.

Percentagem de espécies ameaçadas em cada grupo
(Fonte: The Starting Point for Conservation Action. The IUCN Red List of Threatened Species)

O ILV foi adoptado pelas Nações Unidas como uns dos indicadores para o objectivo 7 do Desenvolvimento do Milénio no que refere à sustentabilidade ambiental, e também é uma ferramenta útil para avaliar o progresso em direcção à execução do objectivo 12 que faz parte dos objectivos Aichi para a biodiversidade.

Fontes:

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

União Internacional para a Conservação da Natureza

A União

Criada em 1948, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) é a maior e mais diversa rede com ligação à área do ambiente, que reúne conhecimento e recursos de mais de 1300 organizações-membro e mais de 13000 especialistas.

É a principal fornecedor de informação, avaliações e análises no que diz respeito à conservação. A UICN proporciona um espaço neutral em que os diversos stakeholders (governos, NGOs, cientistas, empresas, comunidades locais, organizações de populações indígenas e outros) podem trabalhar junto para desenvolver e implementar soluções para enfrentar desafios ambientais e atingir o desenvolvimento sustentável.

Em conjunto com muitos parceiros e apoiantes, a UICN implementa um grande e diverso portfolio de projectos de conservação por todo o Mundo. Combinando os últimos conhecimentos científicos e o conhecimento tradicional das comunidades locais, estes projecto têm em vista reverter a perda de biodiversidade, restaurar ecossistemas e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Logótipo da IUCN
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fa/IUCN_logo.svg/1074px-IUCN_logo.svg.png

Áreas Protegidas


Através da sua Comissão Mundial para as Áreas Protegidas, a UICN propôs uma definição para Áreas Protegidas e que hoje é internacional aceite. Assim uma área protegida é considerada "uma superfície de terra e/ou mar especialmente consagrada à protecção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos recursos naturais e património cultural associados, e gerida através de meios legais, ou outros eficazes".

Foi igualmente desenvolvido um Sistema de Categorias de Gestão de Áreas Protegidas com o objectivo de estabelecer um regime de definição, registo e classificação de áreas protegidas, capaz acomodar, de forma transparente e lógica, a ampla variedade de objectivos específicos, formas organizativas e tipologias de gestão que caracterizam os regimes de conservação da natureza a nível global.

Neste sistema, as áreas protegidas são agrupadas em seis categorias distintas (designadas de I a VI) de acordo com as suas características e com os objectivos de gestão determinados para cada uma delas. A categoria I, referente às reservas naturais, é subdividida em duas sub-categorias. Assim temos:

Ia - Reserva natural estrita
Ib - Área de vida selvagem
II - Parque nacional
III - Monumento natural
IV - Área de gestão de espécies e habitat
V - Paisagens protegidas terrestres e marinhas
VI - Área protegida de utilização sustentável dos recursos naturais

Lista Vermelha

Logótipo da Lista Vermelha da UICN
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/e/ec/IUCN_Red_List.svg/1101px-IUCN_Red_List.svg.png

A Lista Vermelha da UICN foi criada em 1964 e constitui o inventário mais completo e detalhado dos estado de conservação a nível global de vários grupos de seres vivos. Esta lista obedece a critérios precisos para avaliar o risco de extinção de milhares de espécies e subespécies.

Os objectivos da Lista Vermelha são: 1) fornecer informação científica sobre o estado das espécies e subespécies a nível global, 2) chamar a atenção para a magnitude e importância da ameaça à biodiversidade, 3) influenciar as políticas e os processos de tomada de decisão a nível nacional e internacional e 4) fornece informação para orientar acções de conservação da diversidade biológica.

A UICN pretende que a categoria de cada espécie seja avaliada a cada cinco anos se possível, ou pelo menos a cada dez anos.

As espécies são classificadas em nove grupos de acordo com critérios como a taxa de declínio, tamanho e estrutura da população e a área da distribuição geográfica.

Extinct (EX): Extinto
Extinct in the wild (EW): Extinto na natureza
Critically endangered (CR): Em perigo crítico
Endangered (EN): Em perigo
Vulnerable (VU): Vulnerável
Near threatened (NT): Quase ameaçada
Least concern (LC): Pouco preocupante
Data deficient (DD): Dados insuficientes
Not evaluated (NE): Não avaliada

Qualquer espécie que se encontre classificada como CR, EN ou VU, diz-se que se encontra ameaçada (Threatened).

Classificação da Lista Vermelha da UICN
(Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/18/Status_iucn3.1.svg/2000px-Status_iucn3.1.svg.png)

Fontes:

sábado, 5 de novembro de 2016

Impacto humano nos ecossistemas

Em qualquer dos ecossistemas, a biodiversidade encontra-se sob uma grande ameaça. Esta tem vindo a ser reduzida, degradada, e extremamente ameaçada em todo o globo. Por muitas razões, é extraordinariamente difícil combater e controlar este problema. Um bom ponto de partida para perceber o impacto provocado pelo Homem na biodiversidade é o mapa da pegada humana desenvolvido pelo Instituto da Terra.

Mapa do Índice da Pegada Humana em 2008
(Fonte: http://sedac.ciesin.columbia.edu/downloads/maps/wildareas-v2/wildareas-v2-human-footprint-geographic/hfp-world.jpg)

Este mapa foi desenvolvido a partir de um número de indicadores como a densidade populacional, alterações do uso do solo, cobertura de infraestruturas, linhas ferroviárias, estradas e outras alterações humanas, que foram posteriormente agregados e pesados.

O mapa mostra que a actividade humana está difundida. O impacto humano é significante em todas as partes do Mundo, com excepção dos ambientes mais extremos como as regiões desérticas, algumas florestas tropicais e as regiões polares.

O ecólogo Peter Vitousek e os seus colegas produziram um estudo semelhante em 1997 em que avaliaram o grau de dominação ou alteração dos ecossistemas por parte dos humanos. A sua estrutura conceptual é mostrada no gráfico abaixo, onde se destaca os seguintes elementos: população humana, actividades humanas, transformação da Terra, biogeoquímica global, adições e perdas bióticas, alterações climáticas e perda da biodiversidade.

Modelo conceptual dos efeitos directos e indirectos na sistema Terra (Fonte: http://webspace.pugetsound.edu/facultypages/kburnett/readings/vitousek.pdf)

Vitousek e seus colegas esquematizaram as diferentes formas dos humanos provocarem impacto no planeta e tentaram avaliar o impacto humano nos ecossistemas usando métricas fascinantes. A sua conclusão relevou a extensão dos impactos humanos em todas as dimensões do ecossistemas da Terra.

Domínio humano ou alteração de diversos ecossistemas da Terra
(Fonte: http://webspace.pugetsound.edu/facultypages/kburnett/readings/vitousek.pdf)

Como mostra a figura acima, os humanos têm-se apropriado de quantidade enormes de terra para seu uso. A humanidade tem alterado de forma fundamental o ciclo do carbono, sendo que o nível de dióxido de carbono já atingiu as 400 partes por milhão (ppm). A humanidade têm-se apropriado de imensas quantidades de água, em especial, para a produção de alimentos. A humanidade alterou significativamente o ciclo do azoto, ao transformar o azoto atmosférico em azoto reactivo (como nitratos, nitritos e amónia) que podem ser usados pelas plantas. A humanidade vêm introduzindo muitas espécies invasoras nos ecossistemas, de forma intencional ou acidental, mas em qualquer dos casos isso tem provocado grandes danos nos ecossistemas e nas suas cadeias alimentares. A humanidade tem conduzido muitas espécies para a extinção. E, por último, a humanidade tem esgotado a abundância de peixe em todas as partes do Mundo através da pesca excessiva e de outras alterações causadas pelos humanos nos ecossistemas marinhos, como a poluição, alteração da química dos oceanos e destruição física de estruturas como os recifes de corais e os fundos marinhos.

Fonte:
The Age of Sustainable Development (Jeffrey D. Sachs)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Serviços dos ecossistemas

Os serviços dos ecossistemas são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas. Esta definição derivou de outras duas definições:
  • Os serviços dos ecossistemas são as condições e os processos pelos quais os ecossistemas naturais e as espécies que deles fazem parte, sustentam a vida humana e satisfazem as suas necessidades.
  • Os bens e serviços dos ecossistemas representam os benefícios que resultam para as populações humanas, directa ou indirectamente, das funções dos ecossistemas.

Serviços dos ecossistemas
(Fonte: http://roa.midatlanticocean.org/wp-content/uploads/2015/12/ecosystem_services.png)

Assim, os serviços dos ecossistemas podem ser divididos em quatro categorias:

1. Serviços de fornecimento

São os produtos que são obtidos dos ecossistemas.
  • Alimentos e fibras: onde estão incluídos uma grande variedade de produtos alimentares derivados de plantas, animais e micróbios e também materiais como madeira, juta, canhâmo, seda, entre outros.
  • Combustível: madeira, estrume e outros materiais biológicos que servem como fontes de energia.
  • Recursos genéticos: genes e a informação genética usada para a produção de animais e plantas e biotecnologia.
  • Bioquímicos, medicamentos naturais e farmacêuticos: muitos medicamentos, pesticidas e aditivos alimentares derivam dos ecossistemas.
  • Recursos ornamentais: produtos animais, como peles e carapaças, e flores são usadas como ornamentos.
  • Água potável

2. Serviços de regulação

São os benefícios obtidos dos processos de regulação dos ecossistemas.
  • Manutenção da qualidade do ar: os ecossistemas contribuem para a remoção de químicos da atmosfera, influenciando muitos aspectos da qualidade do ar.
  • Regulação do clima: os ecossistemas influenciam o clima a nível local e global. A uma escala local, as alterações na cobertura do solo podem afectar a temperatura e precipitação. A uma escala global, os ecossistemas desempenham um papel importante ao sequestrar ou emitir os gases com efeito de estufa.
  • Regulação da água: o momento e a magnitude das escorrências, cheias e recargas de aquíferos podem ser bastante influenciadas por alterações no uso do solo, em particular, as alterações que mudam o potencial de armazenamento de água do sistema.
  • Controlo da erosão: o coberto vegetal desempenha um papel importante na retenção do solo e na prevenção de derrocadas.
  • Purificação da água e tratamento de resíduos: os ecossistemas podem ser uma fonte de impurezas para a água doce mas também podem ajudar a filtrar e decompor os resíduos orgânicos.
  • Controlo de doenças humanas: alterações nos ecossistemas podem directamente modificar a abundância de patogénicos humanos e alterar a abundância de vectores de doenças.
  • Controlo biológico: alterações nos ecossistemas afectam a prevalência de pestes e doenças em culturas e gado.
  • Polinização: Alterações nos ecossistemas afectam a distribuição, abundância e eficácia dos polinizadores.
  • Protecção contra tempestades: a presença de ecossistemas costeiros como mangais e recifes de coral pode reduzir drasticamente os estragos causados por ondas ou furacões.

3. Serviços culturais

Estes são os benefícios não materiais que as pessoas obtêm dos ecossistemas através do enriquecimento espiritual, desenvolvimento cognitivo, reflexão, recriação e experiências estéticas.
  • Diversidade cultural: a diversidade de ecossistemas é um factor que influencia a diversidade de culturas.
  • Valores espirituais e religiosos: muitas religiões dão valores espirituais e religiosos aos ecossistemas ou às suas componentes.
  • Sistemas de conhecimento (tradicional e formal): os ecossistemas influenciam os tipos de conhecimento desenvolvidos por diferentes culturas.
  • Valores educacionais: os ecossistemas e as suas componentes e processos fornecem a base para a educação formal e informal em muitas sociedades.
  • Inspiração: os ecossistemas proporcionam uma fonte rica de inspiração para arte, folclore, símbolos nacionais, arquitectura e publicidade.
  • Valores estéticos: muitas pessoas encontram valores estéticos ou de beleza em vários aspectos dos ecossistemas.
  • Relações sociais: os ecossistemas influenciam os tipos de relações sociais que são estabelecidos em culturas específicas.
  • Sentido de pertença: muitas pessoas valorizam este sentido que está associado com características reconhecidas do seu ambiente.
  • Valores de herança cultural: muitas sociedades atribuem grande valor à preservação de paisagens importantes ou espécies culturalmente significantes.
  • Recreação e eco-turismo: as pessoas muitas vezes escolhem onde passar o seu tempo de lazer baseado em parte nas características das paisagens naturais e cultivadas de uma área específica.

4. Serviços de suporte

Estes serviços servem de base à produção de todos os outros serviços de ecossistemas. São exemplos destes serviços, a formação e retenção do solo, os ciclos dos nutrientes, produção primária, o ciclo da água e fornecimento de habitat.


Fontes: