Em 2016, a informação relativa às ameaças está presente num terço das populações (3.776 populações) que fazem parte do Índice Living Planet (ILP). Cerca de metade (1.981) onde a informação está disponível, estão em processo de declínio. A causa mais comum para esse declínio são a degradação e perda de habitat. Na base da perda de habitat estarão a prática de agricultura e abate de árvores de forma insustentável e alterações nos sistemas de água doce. As ameaças geralmente interagem entre si, o que pode exacerbar o efeito nas populações: por exemplo, a sobre-exploração e destruição do habitat pode comprometer a capacidade de uma espécie de responder às alterações do clima.
A base de dados do índice identifica 5 categorias no que concerne às ameaças:
- Perda e degradação de habitat : refere-se à modificação do ambiente em que uma espécie vive através na remoção completa, fragmentação ou redução na qualidade das características fundamentais do habitat. As causas mais comuns são a agricultura insustentável, abate de árvores, transporte, desenvolvimento residencial e comercial, produção de energia e extracção mineira. Relativamente aos habitats de água doce, a fragmentação de rios e ribeiros e o desvio de água são as causas mais comuns.
- Sobre-exploração de espécies: existe uma forma directa e indirecta de sobre-exploração. A sobre-exploração directa refere-se a práticas de caça legal ou ilegal e colheita insustentáveis, para subsistência ou comércio. A sobre-exploração indirecta ocorre quando espécies não alvo são mortas acidentalmente, como é o caso das capturas acessórias na pesca.
- Poluição: a poluição pode afectar directamente uma espécie quando torna o ambiente impróprio para a sua sobrevivência. Também pode afectar a espécie indirectamente, quando afecta a disponibilidade de alimento ou o desempenho da reprodução, o que se reflecte no tamanho da população.
- Espécies invasoras e doenças: as espécies invasoras podem competir com espécies nativas pelo acesso ao território, alimento e outros recursos, podem tornar-se predadores de uma espécie nativa e podem disseminar doenças que não estavam previamente presentes no ambiente. Os humanos também são responsáveis pelo transporte de doenças de uma área do globo para outra.
- Alterações climáticas: à medida que as temperaturas se alteram, algumas espécies necessitem de se adaptar, modificando a sua distribuição para encontrarem um clima adequado. Os efeitos das alterações climáticas são muitas vezes indirectos. Alterações na temperatura podem confundir os sinais que despoletam acontecimentos sazonais como a migração e reprodução, levando a que aconteçam numa altura errada.
Em 2014, as ameaças que afectavam as populações do ILP foram contabilizadas da seguinte forma:
- Sobre-exploração: 37%
- Alteração/degradação de habitat: 31,4%
- Perda de habitat: 13,4%
- Alterações climáticas: 7,1%
- Espécies e genes invasores: 5,1%
- Poluição: 4%
- Doenças: 2%
Principais ameaças para as populações do Índice Living Planet (Fonte: http://cdn.1millionwomen.com.au/media/large_image/threats_lpi_populations_1.png) |
Fonte:
Living Planet Report 2016
(https://www.worldwildlife.org/pages/living-planet-report-2016)
(https://www.worldwildlife.org/pages/living-planet-report-2016)