Uma das primeiras tentativas para descrever o papel de múltiplos factores na determinação da degradação ambiental foi a equação IPAT. Paul Ehrlich e John Holdren apresentaram numa série de artigos entre 1970 e 1974 a seguinte equação:
Equação IPAT (Fonte: http://pierie.nl/wp-content/uploads/2012/01/IPAT-equation.jpg) |
I - Impacto: representa os impactos de uma determinada acção no ambiente
P - População: número de pessoas numa determinada área
A - Afluência: nível de consumo per capita
T - Tecnologia: impacto por unidade de tecnologia
Esta fórmula foi inicialmente usada para dar ênfase à contribuição do crescimento populacional à escala global para a degradação ambiental, numa altura em que a população mundial era metade do que é actualmente.
Para além de destacar a importância da contribuição da população para os problemas ambientais, esta equação fez outras duas contribuições importantes. Chamou a atenção para o facto de os problemas ambientais envolverem mais do que a poluição e que são motivados por diversos factores em acção ao mesmo tempo que produzem um efeito combinado. Posterior investigação, que usou a equação, indica que a suposição de uma simples relação multiplicativa entre os principais factores não se verifica - a duplicação da população, por exemplo, não se traduz numa duplicação do impacto ambiental. As abordagens que permitem uma ponderação diferenciada para cada factor tem sido mais bem sucedida.
As tentativas de melhorar o poder de previsão da equação têm sido de forma a incorporar uma variação de factores sociais. políticos e tecnológicos. Alguns dos estudos acentuam a utilidade da equação para as políticas de desenvolvimento através da indicação da contribuição de diferentes factores e assim os recursos podem ser melhor direccionados para reduzir o impacto de forma mais efectiva. No entanto, tornar a fórmula mais complexa também torna mais difícil aplicá-la.
Até à data, as aplicações da equação IPAT têm-se limitado à avaliação de uma única medida de impacto ambiental, como a poluição atmosférica. Por exemplo, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas aplicou a IPAT para estudos dos níveis de dióxido de carbono.
A equação IPAT ajuda-nos a entender quais os factores que aumentam ou diminuem o impacto ambiental e mostra-nos como existem múltiplos caminhos para reduzir os efeitos indesejados. Por exemplo, países diferentes podem focar-se em factores diferentes que reduzem o impacto global: países mais ricos podem contribuir mais se diminuírem o seu nível de consumo (A); os países mais pobres contribuir mais se reduzirem a sua população (P) e os antigos países socialistas podem contribuir mais se tornarem as suas tecnologias mais eficientes.
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