quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Índice de Percepção da Corrupção de 2017

O Índice de Percepção da Corrupção de 2017 mostra que a maioria dos países fez poucos ou nenhuns esforços para terminar com a corrupção. Este índice classifica 180 países e territórios em função dos níveis de corrupção do sector público percebidos de acordo com a opinião de especialistas e homens de negócio. A escala vai de 0 (altamente corrupto) a 100 (isento de corrupção).

Este ano o índice mostra que mais de dois terços dos países têm uma pontuação abaixo dos 50, com uma média de 43, que confirma a continuação do mau desempenho geral.

Mapa mundial da corrupção em 2017.

A Nova Zelândia e a Dinamarca obtiveram os melhores resultados com 89 e 88, respectivamente. No outro extremo encontramos a Síria, Sudão do Sul e Somália com resultados de 14, 12 e 9, respectivamente. Em termos de regiões, a Europa ocidental obteve com um resultado médio de 66. As regiões com pior performance foram a África sub-sariana (32) e a Europa de leste e a Ásia central (34).


Mapa e resultados do índice na União Europeia e Europa ocidental.

Mapa e resultados do índice na Europa de leste e Ásia central.

Mapa e resultados do índice na África sub-sariana.

Desde 2012, diversos países melhoraram a sua performance caso da Costa do Marfim, Senegal e Reino Unido, por outro lado, Síria, Íemen e Austrália pioraram.

A Transparency International, organização responsável pela elaboração deste relatório, releva o papel dos activistas e dos media no combate à corrupção. Nessa linha a organização destaca 5 recomendações dirigidas à comunidade global:
  • Os governos e empresas devem fazer mais para encorajar a liberdade de expressão, media independentes, discordância política e uma sociedade civil aberta e empenhada.
  • Os governos devem tornar mínima a legislação sobre os media e assegurar que os jornalistas possam trabalhar sem medo de repressão ou violência.
  • A sociedade civil e os governos devem promover legislação que permite o acesso à informação.
  • Os activistas e os governos devem tirar partido do momentum gerado pelos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para defender e pressionar para que reformas possam ser implementadas a nível nacional e global.
  • Os governos e empresas devem pro-activamente revelar informação relevante para o público em formato aberto.

Fonte:

Mais gelo e neve irá derreter

Os modelos prevêem que as alterações climáticas serão mais severas nas regiões polares. O derretimento da neve e do gelo polar, irá expor áreas terrestres e marinhas mais escuras, que reflectem menos luz e por isso absorvem mais energia solar. Esse fenómeno tem aquecido a atmosfera nos pólos mais e em maior ritmo do que a atmosfera em latitudes baixas. E como resultado, espera-se mais derretimento de neve e gelo, o que causará ainda aquecimento atmosférico adicional da atmosfera acima dos pólos, característico de uma situação de feedback positivo.

Efeito Gelo-Albedo - feedback positivo

De acordo com o relatório do IPCC de 2014, as temperaturas do ar no Árctico aumentaram duas vezes mais do que as temperaturas médias no resto do globo nos últimos 50 anos e são as mais elevadas nos últimos 44.000 anos. Adicionalmente, a fuligem oriunda das indústrias das América do Norte, Europa e Ásia está a escurecer o gelo Árctico e consequentemente a diminuir a capacidade de reflectir a luz solar.

Devido a estes factores, o gelo marinho de verão no Árctico está a desaparecer mais depressa do que os cientistas pensavam. As medições indicam que esta aceleração do derretimento está a acontecer devido ao aquecimento da atmosfera acima do gelo e pelo aquecimento da água que está abaixo. As tendências a longo prazo antevêem um aquecimento do Árctico, uma diminuição da extensão de gelo no verão e uma diminuição da espessura do gelo.
Extensão média mensal de gelo marinho no Árctico em Setembro (1979-2010).

Volume de gelo marinho no Árctico (1980-2018).

Um dos pontos sem retorno (tipping point) que preocupa os cientistas é o completo derretimento do gelo do Árctico no verão. Se a actual tendência continuar, o gelo de verão poderá desaparecer por volta de 2050. Isto poderia levar a consequências dramáticas e de longo prazo para o tempo e o clima que podem afectar todo o Planeta.

Outro efeito do aquecimento do Árctico é a aceleração do derretimento do gelo terrestre como acontece na Antárctica e na Gronelândia. Estima que em cada segundo cerca de 7 toneladas de gelo terrestre da Gronelândia derrete e vai parar aos mar e assim contribuindo para o aumento do nível das águas do mar.

Variação de gelo continental na Antárctica e Gronelândia desde 2002.

Os glaciares de montanha são um outro caso de "armazéns" de gelo. Durante os últimos 25 anos, muitos glaciares têm diminuído em extensão (quando o derretimento no verão excede a queda de neve no inverno) ou inclusivamente têm desaparecido. Os glaciares de montanha desempenham um papel vital no ciclo da água ao armazenarem água em forma de gelo durante as estações frias e ao libertarem-na para nascentes durante as estações quentes.

Um dos principais exemplos são os glaciares dos Himalaias. São eles a maior fonte de água de grandes rios como o Ganges, o Yantze e o Rio Amarelo e abastecem cerca de 400 milhões de pessoas na Índia e no Bangladesh e cerca de 500 milhões na China. Nos Andes, a situação não é diferente - cerca de 80% dos glaciares de montanha estão a diminuir lentamente e se a situação continuar 53 milhões de pessoas na Bolívia, Peru e Equador que dependem do abastecimento de água para irrigação e geração de energia podem vir a sofrer.

Massa acumulativa dos glaciares e número de glaciares medidos.

Fontes:
Living in the environment (G. Tyler Miller & Scott E. Spoolman)