Uma outra causa externa de alterações climáticas envolve uma alteração na quantidade de radiação solar que chega à Terra. A teoria que justifica as alterações climáticas com as variações na órbita da Terra é a teoria de Milankovitch, apresentada pelo primeira vez pelo astrónomo Milutin Milankovitch em meados dos anos 30. A premissa básica desta teoria é que, à medida que a Terra viaja no espaço, três movimentos cíclicos combinam para produzir variações da quantidade de energia solar que chega à Terra.
O primeiro ciclo está relacionado com as alterações na forma (excentricidade) da órbita da Terra à medida que o planeta gira em volta do Sol. A forma da órbita da Terra pode variar entre elíptica e quase circular. A passagem de uma órbita mais circular para elíptica e depois para uma órbita circular novamente demora cerca de 100.000 anos. Quanto maior a excentricidade da órbita, ou seja quanto mais elíptica é a órbita, maior é a variação na energia solar recebida pela Terra entre o ponto mais próximo e o ponto mais afastado do Sol. Actualmente, estamos num período de baixa excentricidade, o que significa que a órbita anual à volta do Sol é mais circular.
Excentricidade da órbita da Terra (Fonte: http://www.ces.fau.edu/nasa/images/module_3/Eccentricity.gif) |
O segundo ciclo leva em consideração o facto de que à medida que a Terra gira sobre o seu eixo, este eixo oscila, através de um movimento circular. Este movimento, conhecido como, precessão do eixo da Terra, ocorre num ciclo de cerca de 23.000 anos. No presente, a Terra está mais perto do Sol em Janeiro e mais longe em Julho. Devido à precessão, o reverso irá acontecer daqui a cerca de 11.000 anos. Daqui a 23.000 anos, estaremos na mesma situação de hoje. O que significa que daqui a 11.000 anos, as variações sazonais serão maiores no hemisfério Norte do que no presente. O oposto acontecerá no hemisfério Sul.
Precessão do eixo da Terra (Fonte: http://www.geography.hunter.cuny.edu/tbw/wc.notes/14.climate.change/axis.precession.jpg) |
O terceiro ciclo leva 41.000 anos a completar e está relacionada com a alteração da inclinação (obliquidade) da Terra à medida que orbita em volta do Sol. Actualmente a inclinação do eixo da Terra é de 23,5º mas durante o ciclo varia entre os 22º e os 24,5º. Quanto menor a inclinação, menor a variação sazonal entre o verão e o inverno nas latitudes altas e médias, o que significa que os invernos tendem a ser mais suaves e os verões mais suaves.
Estudos recentes concluíram que nos últimos 800.000 anos, as placas de gelo atingiram o pico máximo a cada 100.000 anos, o que corresponde às variações na excentricidade da órbita da Terra. Adicionalmente, avanços de gelo mais pequenos apareceram com intervalos de 41.000 e 23.000 anos. Portanto, aparentemente os ciclos de Milankovitch desempenha um papel na frequência da glaciação e na severidade da variação climática.
No entanto, as alterações na órbita sozinhas não só totalmente responsáveis pelo avanço e recuo do gelo. As evidências relevam que os níveis de dióxido de carbono eram 30% mais baixos durante os períodos glaciais do que durante os períodos interglaciais. As análises às bolhas de ar nos núcleos de gelo da Antárctica mostram que o metano segue um padrão semelhante ao do dióxido de carbono. isto sugere que os níveis mais baixos de dióxido de carbono terá tido um efeito de ampliar o arrefecimento iniciado pelas alterações da órbita. Da mesma forma, os níveis crescentes de dióxido de carbono no final do período glacial podem ser responsáveis pelo rápido derretimento das placas de gelo.
As últimas investigações mostram que as alterações de temperatura de há milhares de anos atrás precederam, na verdade, as alterações do dióxido de carbono. Esta observação indica que o dióxido de carbono é um feedback positivo no sistema climático, onde as temperaturas elevadas levam a níveis mais elevados de dióxido de carbono e as temperaturas mais baixas a níveis mais baixos de dióxido. Consequentemente, o dióxido de carbono é uma parte interna e natural.
Fonte:
Essentials of Meteorology, 6th Edition (C. Donald Ahrens)
Inclinação do eixo da terra - Obliquidade (Fonte: https://static1.squarespace.com/static/5705589f7c65e48e7d7aae7f/t/59220cc6c534a58e9b254cf9/1495403726043/) |
Estudos recentes concluíram que nos últimos 800.000 anos, as placas de gelo atingiram o pico máximo a cada 100.000 anos, o que corresponde às variações na excentricidade da órbita da Terra. Adicionalmente, avanços de gelo mais pequenos apareceram com intervalos de 41.000 e 23.000 anos. Portanto, aparentemente os ciclos de Milankovitch desempenha um papel na frequência da glaciação e na severidade da variação climática.
No entanto, as alterações na órbita sozinhas não só totalmente responsáveis pelo avanço e recuo do gelo. As evidências relevam que os níveis de dióxido de carbono eram 30% mais baixos durante os períodos glaciais do que durante os períodos interglaciais. As análises às bolhas de ar nos núcleos de gelo da Antárctica mostram que o metano segue um padrão semelhante ao do dióxido de carbono. isto sugere que os níveis mais baixos de dióxido de carbono terá tido um efeito de ampliar o arrefecimento iniciado pelas alterações da órbita. Da mesma forma, os níveis crescentes de dióxido de carbono no final do período glacial podem ser responsáveis pelo rápido derretimento das placas de gelo.
As últimas investigações mostram que as alterações de temperatura de há milhares de anos atrás precederam, na verdade, as alterações do dióxido de carbono. Esta observação indica que o dióxido de carbono é um feedback positivo no sistema climático, onde as temperaturas elevadas levam a níveis mais elevados de dióxido de carbono e as temperaturas mais baixas a níveis mais baixos de dióxido. Consequentemente, o dióxido de carbono é uma parte interna e natural.
Fonte:
Essentials of Meteorology, 6th Edition (C. Donald Ahrens)
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