A população humana cresce ou diminui em determinados países, cidades e outras áreas através da combinação de três factores: nascimentos (fertilidade), mortes (mortalidade) e migração. Podemos calcular a variação da população de uma área subtraindo o número de pessoas a deixar a população (através das mortes e emigração) ao número de pessoas a entrar (através dos nascimentos e imigração) durante um período específico de tempo, normalmente um período de 1 ano.
Variação da população = (Nascimentos + Imigração) - (Mortes + Emigração)
Quando os nascimentos mais a imigração excedem as mortes e a emigração, a população cresce e quando o reverso acontece, a população diminui.
Outra medida usada em estudos de população é a taxa de fertilidade, o número de filhos nascidos durante a vida de uma mulher. Dois tipos de taxas de fertilidade que afectam o tamanho e taxa de crescimento da população de um país. O primeiro tipo, chamado de taxa de fertilidade ao nível de reposição, é o número médio de filhos que os casais necessitam de ter para substituir-los. Esta taxa é ligeiramente superior a 2 filhos por casal (2.1 em países desenvolvidos e pode chegar aos 2.5 em países menos desenvolvidos), maioritariamente porque algumas crianças morrem antes de chegar a idade reprodutiva.
O segundo tipo de taxa de fertilidade, a taxa de fertilidade total (TFT), é o número médio de filhos nascidos durante a vida reprodutiva de uma mulher. Este factor desempenha um papel chave na determinação do tamanho da população. Entre 1955 e 2010, a TFT média caiu de 2.8 para 1.7 filhos por mulher nos países desenvolvidos e de 6.2 para 2.7 nos países menos desenvolvidos. Prevê-se que a TFT média continue a descer nos países menos desenvolvidos, enquanto que nos países mais desenvolvidos deverá subir ligeiramente.
Evolução das taxa de fertilidade total por região entre 1950 e 2050 (Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/Trends_in_TFR_1950-2050.png) |
Taxas de natalidade e fertilidade
Muitos factores afectam a taxa de natalidade e TFT média de um país. Um deles é a importância dos filhos como parte da força de trabalho, em especial nos países menos desenvolvidos. Esta é a principal razão porque faz sentido para muitos casais pobres desses países terem um grande número de filhos.
Outro factor económico é o custo de criar e educar as crianças. Os nascimentos e as taxas de fertilidade tendem a ser mais baixas nos países mais desenvolvidos, onde essa tarefa é muito mais custosa. Por contraste, muitas crianças em países pobres têm poucas oportunidade de educação e em vez disso têm de trabalhar para ajudar as suas famílias a sobreviver.
A existência, ou a falta de sistemas de pensões privados ou públicos pode influenciar a decisão de alguns casais de quantos filhos irão ter, especialmente os casais mais pobres em países menos desenvolvidos. As pensões reduzem a necessidade dos casais de terem mais filhos para os apoiar em idade avançada.
De modo a compensar a morte infantil que é mais elevada em países mais pobres, os casais optam ter um determinado número de filhos que permita a sobrevivência do número de filhos que julgam ser necessário.
A urbanização também desempenha um papel importante dado que as pessoas em áreas urbanas têm acesso a serviços de planeamento familiar e tendem a ter menos filhos do que aqueles que vivem em ambiente rural.
Outro factor importante são as oportunidades de educação e emprego disponíveis para as mulheres. As TFTs tendem a ser baixas quando as mulheres têm acesso a educação e emprego pago fora de casa. Em países menos desenvolvidos, uma mulher com pouco ou nenhum grau de escolaridade tipicamente têm mais dois filhos do que uma mulher com educação secundária. Em quase todas as sociedades, as mulheres com mais escolaridade tendem a casar mais tarde e ter menos filhos.
As taxas de natalidade e as TFTs também são afectadas pelo acesso a abortos legais. Estimam-se que em cada ano 190 milhões de mulheres engravidam e que pelo menos 40 milhões fazem abortos, sendo que 50% deles são ilegais. Por outro lado, o acesso a métodos eficazes de contracepção também permite às mulheres controlar o número e o espaçamento com que têm filhos.
Por último, as crenças religiosas, as tradições e as normas culturais podem, em alguns países, favorecer famílias numerosas e opôr-se fortemente ao aborto e ao uso de contracepção.
Fonte:
Living in the environment - G. Tyler Miller, Scott E. Spoolman