Durante as últimas duas décadas, a desigualdade no rendimento aumentou marcadamente nos Estados Unidos e em muitos outros países. O rendimento per capita têm vindo a aumentar, mas esses ganhos têm beneficiado aqueles que estão no topo da distribuição de rendimento. O coeficiente de Gini nos Estados Unidos aumentou de 0.40 para 0.48 entre 1970 e 2013 - um aumento bastante considerável.
Existem pelo menos três forças fundamentais a desempenhar um papel no aumento das desigualdades económicas nos Estados Unidos, em diversos países europeus e em muitas economias emergentes. O primeiro factor fundamental é a discrepância dos salários entre os trabalhadores mais capacitados e com maior especialização e os trabalhadores com menor qualificações. Os retornos do investimento na educação têm aumentado, deixando aqueles com menor educação para trás.
Um segundo fenómeno tem sido o uso crescente de robótica, sistemas avançados de gestão de dados e outras tecnologias de informação, que parecem estar a mudar o rendimento do trabalho para o capital. Ao mesmo tempo, que se aumentou drasticamente a produtividade e se diminui o custo de muitos bens e serviços, os trabalhadores começaram a ser substituídos por essa tecnologia.
Paralelamente, a globalização e a integrada económica que se começaram no final da década de 70, resultou na globalização dos sistemas de produção, que conduziu à deslocalização do trabalho para China, México e outros locais com mão-de-obra mais barata. O número de postos de trabalho nos Estados Unidos no sector da produção começaram a diminuir assim que se deslocaram para a Ásia e para a bacia das Caraíbas. Isto afectou os trabalhadores com menor qualificação através do corte de salários para salvar outros postos de trabalhos ou do desaparecimento dos mesmos.
A terceira força tem sido o sistema político, que no caso dos Estados Unidos têm amplificado as desigualdades causadas por forças de mercado. Por exemplo, os contribuidores das campanhas têm sido capazes de usar a sua influência política para receber privilégios especiais na forma de isenção de impostos, subsídios ou alterações de regulamentações favoráveis.
Podemos entender estas alterações é olhar para o gráfico que mostra a diferença entre o salário extra (premium in income) recebidos pelos licenciados relativamente àqueles apenas com o ensino secundário nos Estados Unidos. Em 1973, essa diferença era de 30% e a partir de 1979, o salário extra dos licenciados aumentou rapidamente para cerca de 45%.
Outro aspecto que se pode considerar é a diferença entre os salários dos CEOs e os salários dos trabalhadores. Com a apoio da desregulação, especialmente no sector financeiro e o enfraquecimento do poder dos sindicatos (em parte como resultado da globalização), os CEOs americanos começaram a atribuir mega-salários a eles próprios. Nos anos 70, o salário do CEO era cerca de 20 vezes maior do que o trabalhador médio, mas depois passaram a receber cerca de centenas de vezes mais. Comparativamente, os Estados Unidos são um dos países com um dos rácios mais elevados - cerca de 350.
Esta crescente desigualdade reflecte-se na fatia do rendimento que é detida pelas famílias mais ricas. Entre os anos 40 e os anos 70, as famílias que pertenciam aos 1% mais ricos detinham cerca de um 10% do rendimento total das famílias. Hoje em dia, essa diferença quase que duplicou, ou seja, 20% do rendimento total, pertencem a 1% das famílias que fazem parte do topo.
Fonte:
The Age of Sustainable Development - Jeffrey D. Sachs
Existem pelo menos três forças fundamentais a desempenhar um papel no aumento das desigualdades económicas nos Estados Unidos, em diversos países europeus e em muitas economias emergentes. O primeiro factor fundamental é a discrepância dos salários entre os trabalhadores mais capacitados e com maior especialização e os trabalhadores com menor qualificações. Os retornos do investimento na educação têm aumentado, deixando aqueles com menor educação para trás.
Um segundo fenómeno tem sido o uso crescente de robótica, sistemas avançados de gestão de dados e outras tecnologias de informação, que parecem estar a mudar o rendimento do trabalho para o capital. Ao mesmo tempo, que se aumentou drasticamente a produtividade e se diminui o custo de muitos bens e serviços, os trabalhadores começaram a ser substituídos por essa tecnologia.
Paralelamente, a globalização e a integrada económica que se começaram no final da década de 70, resultou na globalização dos sistemas de produção, que conduziu à deslocalização do trabalho para China, México e outros locais com mão-de-obra mais barata. O número de postos de trabalho nos Estados Unidos no sector da produção começaram a diminuir assim que se deslocaram para a Ásia e para a bacia das Caraíbas. Isto afectou os trabalhadores com menor qualificação através do corte de salários para salvar outros postos de trabalhos ou do desaparecimento dos mesmos.
A terceira força tem sido o sistema político, que no caso dos Estados Unidos têm amplificado as desigualdades causadas por forças de mercado. Por exemplo, os contribuidores das campanhas têm sido capazes de usar a sua influência política para receber privilégios especiais na forma de isenção de impostos, subsídios ou alterações de regulamentações favoráveis.
Podemos entender estas alterações é olhar para o gráfico que mostra a diferença entre o salário extra (premium in income) recebidos pelos licenciados relativamente àqueles apenas com o ensino secundário nos Estados Unidos. Em 1973, essa diferença era de 30% e a partir de 1979, o salário extra dos licenciados aumentou rapidamente para cerca de 45%.
Rendimentos médios semanais de trabalhadores com licenciatura e ensino secundário nos Estados Unidos entre 1979 e 1999 (Fonte: http://www.economist.com/images/20000923/csu712.gif) |
Outro aspecto que se pode considerar é a diferença entre os salários dos CEOs e os salários dos trabalhadores. Com a apoio da desregulação, especialmente no sector financeiro e o enfraquecimento do poder dos sindicatos (em parte como resultado da globalização), os CEOs americanos começaram a atribuir mega-salários a eles próprios. Nos anos 70, o salário do CEO era cerca de 20 vezes maior do que o trabalhador médio, mas depois passaram a receber cerca de centenas de vezes mais. Comparativamente, os Estados Unidos são um dos países com um dos rácios mais elevados - cerca de 350.
Rácio entre salários de CEOs e trabalhadores entre 1965 e 2012 (Fonte: http://www.bud-meyers.com/CEOS/CEO_PAY-figure-a.jpg) |
Rácio do salários CEO vs. trabalhadores em 6 países (Fonte: http://www.macleans.ca/wp-content/uploads/2014/09/WHO-EARNS-WHAT-Business-7.jpeg) |
Esta crescente desigualdade reflecte-se na fatia do rendimento que é detida pelas famílias mais ricas. Entre os anos 40 e os anos 70, as famílias que pertenciam aos 1% mais ricos detinham cerca de um 10% do rendimento total das famílias. Hoje em dia, essa diferença quase que duplicou, ou seja, 20% do rendimento total, pertencem a 1% das famílias que fazem parte do topo.
Fatia do rendimento pertencente aos 1% e aos 0,1% mais ricos nos Estados Unidos entre 1913 e 2013 (Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e7/U.S._Income_Shares_of_Top_1%25_and_0.1%25_1913-2013.png) |
Fonte:
The Age of Sustainable Development - Jeffrey D. Sachs
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